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Os chupacabras existem: são coiotes com sarna

Cientista confirma que os temidos "monstros" são coiotes com casos extremos da doença

Por Marco Túlio Pires
Atualizado em 6 Maio 2016, 17h13 - Publicado em 22 out 2010, 17h54

Os cientistas concluíram que os monstros são, na verdade, coiotes acometidos por casos extremos de sarna – uma doença causada por ácaros que entram dentro da pele.

A verdadeira identidade do “chupacabra” ainda é objeto de debate entre cientistas e testemunhas que juram ter visto o monstro. Agora, um pesquisador americano explicou que o temido predador parece ser mais vítima do que agressor. Isso porque ao analisar carcaças do animal, cientistas concluíram que os monstros são, na verdade, coiotes acometidos por casos extremos de sarna – uma doença causada por ácaros que entram dentro da pele.

O biólogo Barry OConnor, da Universidade de Michigan (EUA), explicou em um podcast publicado no site da revista americana Skeptic, que o parasita responsável pela perda extrema de pelos dos coiotes é um ácaro chamado Sarcoptes scabiei, o mesmo causador da sarna em humanos e cães. Como a defesa dos seres humanos e cães para esse tipo de parasita se desenvolveu há várias gerações, a doença não se manifesta neles com gravidade. No caso dos coiotes, a explicação seria a falta de defesa imunológica que pode ocasionar em reações extremas dos sintomas da doença.

Escute o podcast (em inglês)

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áudio

A hipótese defendida por OConnor é corroborada pela professora do departamento de parasitologia da Universidade Federal de Minas Gerais, Maria Aparecida Gomes. “Uma doença é mais grave nos primeiros momentos de interação com o organismo vivo. Com o tempo ficamos mais acostumados, resistentes”. Maria deu o exemplo da Aids, que, apesar de ainda ser considerada uma doença gravíssima, atualmente existem pessoas que desenvolveram algum tipo de resistência. O mesmo pode ter acontecido com os coiotes “chupacabra”. “É possível que esses coiotes não possuíam a mesma defesa que os humanos e os cães contra o parasita da sarna”, disse Maria em relação às ideias de OConnor, “e por isso tiveram a doença manifestada de forma tão grave”.

Nos pobres coiotes, a sarna causou grandes inflamações que levaram à queda do pelo e engrossamento da pele. Nos piores casos, o enfraquecimento da condição do animal favoreceu o desenvolvimento de bactérias que causam outras infecções e, por vezes, um odor insuportável. Juntando tudo, na opinião de OConnor, tem-se uma monstruosidade feia, sem pelos, rugosa e fedida: o chupacabra.

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No entanto, isso ainda não explica por que esses animais atacavam ovelhas. OConnor diz que o enfraquecimento dos coiotes fez com que eles procurassem presas mais fáceis em vez de animais mais ariscos, como coelhos e veados.

Diabo da Tasmânia ()

Apesar de os “chupacabras” terem levado a fama, outros animais selvagens podem sofrer da mesma condição. Na Austrália, cita o pesquisador, os ácaros estão matando os vombatídeos, uma família de marsupiais mais conhecidos como Diabos da Tasmânia. “É possível que eles tenham contraído a sarna dos lobos australianos, que contraíram dos cães domésticos que por sua vez contraíram dos humanos”, concluiu OConnor.

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Mito – O primeiro ataque de “chupacabra” registrado ocorreu em 1995 no Porto Rico. Na ocasião, oito ovelhas foram encontradas mortas, cada uma com três furos na região do peito e quase sem sangue. Meses depois, uma testemunha, Madelyne Tolentino, disse ter visto a criatura na cidade de Canóvanas (Porto Rico), onde 150 animais foram mortos. Em 1975, casos semelhantes foram registrados na pequena cidade de Moca, também em Porto Rico, mas não foram atribuídos a nenhum animal. Todos os animais foram encontrados quase sem sangue e cheios de furos.

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