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Aquecimento global pode acabar com mais de 80% da diversidade genética até 2080

Pesquisadores usaram modelos focados em diferentes linhagens para estimar perda da biodiversidade. Método pode reforçar programas de conservação

Por Da Redação
Atualizado em 6 Maio 2016, 17h02 - Publicado em 24 ago 2011, 15h04

O aquecimento global pode afetar a Terra de forma bem mais drástica do que as estimativas indicam. Até 2080, mais de 80% da diversidade genética expressa por diferentes espécies pode desaparecer em certos grupos de organismos. No melhor dos casos, dois terços iriam sumir do mapa. O alerta foi feito por cientistas do Centro de Pesquisa em Biodiversidade e Clima (BiK-F) e da sociedade científica Senckenbergische Naturforschende Gesellschaf (SNG), na Alemanha, em artigo publicado no periódico científico especializado Nature Climate Change.

Glossário

  1. Espécie – Grupo de indivíduos férteis entre si, mas que não conseguem produzir descendentes pelo cruzamento com indivíduos de outros grupos semelhantes fisiologicamente.
  2. Diversidade genética – Variação genética de indivíduos de uma mesma espécie.

Atualmente, a maioria dos modelos usados para avaliar os efeitos das mudanças climáticas se concentra na descrição morfológica de exemplares utilizada para classificar espécies. O componente genético é quase sempre deixado de lado. Mas é a análise dos códigos genéticos – capaz de indicar pequenas variações entre exemplares de uma mesma espécie – que poderia indicar o declínio real da biodiversidade no futuro.

“Nossos modelos de distribuição mostram que as espécies geralmente sobrevivem. Contudo, a maior parte da variação genética, que em cada caso existe apenas em certos lugares, vai se perder”, explica o pesquisador Carsten Nowak, responsável pelo departamento de pesquisa em conservação do BiK. Segundo ele, muitas linhagens estão em processo de separação de espécie, mas serão extintas antes que o processo evolutivo seja finalizado. “A variação genética dentro de uma mesma espécie é também importante para a adaptação em relação à mudança de ambientes e condições climáticas. Sua perda também reduz as chances de sobrevivência de espécies em longo prazo.”

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A abordagem que avalia diferenças genéticas dentro de uma mesma espécie mostra um cenário pior no futuro. Mas, por outro lado, também fornece condições para programas mais específicos de conservação. “Não vemos a biodiversidade como o acúmulo estático de espécies, mas sim como uma variedade de linhagens evolutivas que estão em constante estado de mudança. A perda de apenas uma linhagem, independente do fato de ela ser definida atualmente como ‘espécie’, pode significar uma perda maciça de biodiversidade no futuro”, ressalta Steffen Pauls, pesquisador do BiK-F.

Previsões com insetos – Os pesquisadores criaram um modelo da distribuição de nove espécies de insetos aquáticos ainda existentes em regiões montanhosas da Europa, estudados anteriormente em termos de distribuição, morfologia e linhas evolutivas. Os resultados mostram que se a temperatura no continente europeu aumentar dois graus Celsius, oito das nove espécies sobreviverão em algumas regiões. Com quatro graus a mais, apenas seis espécies sobreviveriam.

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