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PT com os cofres cheios

Contrário às doações de empresas privadas, o PT é o partido que mais recebeu dinheiro delas nos últimos três anos

Por Daniel Pereira 10 Maio 2014, 01h00

Reza o dito que jabuti não sobe em árvore. Se ele aparece num galho, é porque alguém o colocou lá. Muito usada nas conversas entre políticos, essa imagem encerra a ideia de que, sob iniciativas aparentemente inocentes, há quase sempre interesses inconfessáveis. No ano passado, o PT retomou uma ofensiva pela adoção do financiamento público de campanha. Com a bênção do ex-presidente Lula, o partido defendeu a aprovação dessa regra pelo Congresso e, paralelamente, estimulou ministros do Supremo Tribunal Federal (STF) a julgar procedente uma ação da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB) que pretende vetar a doação de empresas aos candidatos e suas siglas. O PT queria pressa nessas mudanças, para que valessem já nas eleições deste ano. Em busca de apoio, alegava que a proibição de repasse de dinheiro de empresas a políticos reduziria a troca de favores entre eles e ajudaria a diminuir a corrupção. Esse discurso, como se sabe, é indigente. Afinal, uma mera vedação legal não impedirá a verba do setor privado de bancar as despesas de governantes e parlamentares. Pelo contrário, a tendência, dizem especialistas, é que haja um aumento das contribuições por debaixo do pano, o chamado caixa dois.

Mais do que indigente, o discurso petista representa o pernicioso jabuti da anedota. Ao defender o financiamento público, o partido não estava preocupado em deter a roubalheira, mas facilitar a reeleição da presidente Dilma Rousseff, garantindo-lhe uma situação privilegiada em termos financeiros. Se as doações de empresas fossem proibidas nas próximas eleições, as legendas teriam de custear seus candidatos basicamente com recursos oriundos de fontes públicas, como o fundo partidário, ou com a dinheirama obtida, em anos anteriores, de doações feitas por pessoas jurídicas. O resultado seria uma surra financeira do PT nos rivais PSDB e PSB. É o que mostram as prestações de contas dos partidos apresentadas ao Tribunal Superior Eleitoral (TSE). De 2011 a 2013, o PT arrecadou cerca de 165 milhões de reais de empresas, com destaque para empreiteiras que têm negócios com o governo federal. O valor é quase cinco vezes maior do que o obtido pelo PSDB e cerca de treze vezes superior ao levantado pelo PSB no mesmo período. Só em 2013, os petistas conseguiram quase 80 milhões de reais. Foi a maior quantia registrada desde a posse de Dilma na Presidência. Nada mais natural.

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