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Diplomata e político brasileiro organizaram saída de senador boliviano

Opositor de Evo Morales chegou ao Brasil neste fim de semana, depois de passar mais de 450 dias asilado na embaixada brasileira em La Paz

Por Laryssa Borges Materia seguir SEGUIR Materia seguir SEGUINDO 25 ago 2013, 23h13

Depois de passar 455 dias asilado na embaixada brasileira em La Paz, o senador boliviano Roger Pinto Molina desembarcou em Brasília neste fim de semana após ter contado com ajuda direta do diplomata Eduardo Saboia, encarregado de negócios do Brasil na Bolívia, e do senador Ricardo Ferraço (PMDB-ES), presidente da Comissão de Relações Exteriores. Ferraço disse que o parlamentar boliviano viajou 22 horas de carro entre La Paz e a cidade brasileira de Corumbá (MS) e depois foi de avião até Brasília. “Estávamos vendo o nível de deterioração do senador Molina e não tinha perspectiva nenhuma de solução. Eduardo Saboia, que respondia pela embaixada e é muito comprometido com direitos humanos, foi se indignando”, relatou Ferraço ao site de VEJA.

Por ter imunidade diplomática, um carro da representação brasileira em La Paz foi utilizado para o primeiro trecho da viagem e escoltado por fuzileiros navais. Foram 1.600 quilômetros e negociações a cada uma das cinco barreiras policiais. Neste domingo, o Ministério das Relações Exteriores informou em nota que abrirá inquérito sobre a entrada do político boliviano no Brasil. O texto diz que Saboia foi chamado ao Brasil para esclarecimentos. Molina está abrigado temporariamente na casa do advogado Fernando Tibúrcio na capital federal.

O senador Ferraço, que providenciou um avião particular para resgatar o senador Roger Pinto Molina na zona de fronteira, criticou a atuação do governo da presidente Dilma Rousseff no caso. Em sua opinião, depois da concessão do asilo político ao boliviano, o governo brasileiro não se empenhou para destravar as negociações para concessão de salvo-conduto ao opositor. “O governo e as autoridades deveriam ter tido empenho no salvo-conduto, mas não tiveram. Há uma ambiguidade do governo brasileiro, que se curva a esses governos bolivarianos e se submete a presidentes como Evo Morales”.

Em entrevista ao programa Fantástico, da Rede Globo, Saboia disse ter tomado a decisão de conduzir a operação para que Molina viesse ao Brasil “porque havia um risco iminente à vida e à dignidade de uma pessoa”. Acrescentou que não havia nenhuma negociação em curso para que ele deixasse a embaixada brasileira. “Ele tinha um problema de depressão que estava se agravando”, disse.

Na avaliação de interlocutores que acompanharam o processo, a situação de Pinto Molina se agravou nos últimos tempos, com deterioração da saúde e risco de vida para o político, que estava na embaixada brasileira em La Paz desde 28 de maio de 2012. O parlamentar tentava deixar a Bolívia desde que denunciou o envolvimento de importantes políticos do país com o narcotráfico.

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Reações – Neste domingo, a ministra boliviana de Comunicação, Amanda Dávila, disse que o caso não afetará as relações entre os dois países. “As relações entre Bolívia e Brasil se mantêm em uma situação de absoluta cordialidade e respeito”, disse a ministra em entrevista coletiva no Palácio de Governo, neste domingo. Ela acrescentou que a Bolívia “não negociou a saída” e não deu salvo-conduto para que o senador viajasse ao Brasil porque ele responde a processos por corrupção e já foi condenado em um caso a um ano de prisão. “O que ocorreu é simplesmente uma fuga da embaixada do Brasil para o território brasileiro”, argumentou.

O ministro da Presidência, Juan Ramón Quintana, afirmou que “não há uma ruptura nas relações bilaterais”. “Com o Brasil temos que ser muito prudentes. O que é Roger Pinto no meio de uma dinâmica comercial de 2 bilhões de dólares, 3 bilhões de dólares?”. No entanto, o governo boliviano também disse que o Brasil deve explicar como o senador opositor deixou o país, uma vez que existem quatro ordens judiciais que impediam sua saída.

Augusto Nunes: A carta de Fernando Tibúrcio, advogado do senador boliviano Roger Pinto Molina, escancara a arrogância afrontosa de Evo Morales e seus comparsas

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