Cármen Lúcia: cotas raciais são apenas uma etapa
Até agora, todos os quatro ministros que votaram defenderam as cotas raciais. Julgamento continua no STF; outros seis ministros votarão
A ministra do Supremo Tribunal Federal (STF) Cármen Lúcia deu o quarto voto a favor das cotas raciais adotadas no ensino superior. O placar está 4 a 0 pela política de cotas até agora. O julgamento foi suspenso para intervalo e outros seis ministros ainda devem votar. O DEM, que entrou com a ação, questiona o preenchimento de 20% das vagas da Universidade de Brasília (UnB) pelo critério racial.
“As ações afirmativas não são as melhores opções, a melhor opção é uma sociedade com todo mundo livre para ser o que quiser”, disse Cármen Lúcia. “Isso é um processo, uma etapa, uma necessidade em uma sociedade onde isso não aconteceu naturalmente.”
Na opinião da ministra, a discriminação racial não pode ser ignorada. “Um sinal de inferioridade pela desigualdade de oportunidades comuns não pode ser desconhecido pela sociedade como se nada tivesse acontecido, como se tivéssemos uma democracia social”, disse.
A ministra defendeu que o sistema de cotas seja acompanhado de políticas de acompanhamento do aluno, que pode sofrer dificuldades ao cursar a universidade.
Conheça os votos dos ministros
Fux: cicatrizes da escravidão devem ser revertidas com políticas públicas
Rosa Weber: “Pobreza tem cor: negra, mestiça, amarela”