Há uma conhecida relação entre o consumo da maconha e a sensação de fome, popularmente chamada de "larica."
O fenômeno está relacionado ao efeito causado pelo THC em alguns receptores cerebrais, provocando o aumento de apetite.
Esse efeito não apenas é bastante documentado, como pacientes que sofrem com a falta de apetite podem se beneficiar de tratamentos à base de cannabis.
Agora, um novo estudo sugere que os efeitos do consumo da maconha por períodos maiores de tempo faz com que os usuários frequentes tenham menor índice de massa corporal (IMC) do que pessoas que não usam a erva com regularidade.
Ratos adolescentes receberam doses diárias de THC e os pesquisadores perceberam um ganho significativamente menor de peso em comparação com o grupo de controle.
Embora o IMC mais baixo possa ser visto como um fator positivo, o consumo frequente, especialmente em um período de desenvolvimento do corpo, pode ser problemático.
"Nossos resultados mostram que interferir na sinalização endocanabinóide durante a adolescência interrompe a função dos órgãos adiposos de forma permanente, com consequências potencialmente de longo alcance na saúde física e mental", diz o pesquisador Daniele Piomelli, diretor do centro de estudos de cannabis da Universidade da Califórnia Irvine, responsável pelo estudo.
Além disso, os animais que receberam as doses contínuas de THC tinham temperatura corporal mais alta que o normal e não eram capazes de mobilizar energia de depósitos de gordura.
Os pesquisadores ainda precisam de mais estudos para compreender a relação entre THC e as mudanças corporais em adolescentes.
Porém, os resultados dessa pesquisa indicam que as células de gordura modificadas pelo uso contínuo podem afetar a capacidade de armazenar e liberar nutrientes, o que prejudicaria processos mentais, como a atenção.
veja.abril.com.br/saude/
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