Giro Veja: Após divergência com Bolsonaro, chefe do Inpe deixará cargo
Ricardo Galvão explicou que divulgação de dados sobre desmatamento tornou "insustentável" sua permanência no Instituto
O diretor do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe), o engenheiro Ricardo Galvão, anunciou nesta sexta-feira que deixará o cargo. Depois de um encontro com o ministro da Ciência e Tecnologia Marcos Pontes, Galvão afirmou que os dados sobre o desmatamento da Amazônia criaram “constrangimentos” e tornaram “insustentável” a permanência no Inpe, dirigido por ele desde 2016. O diretor foi acusado pelo presidente Jair Bolsonaro de estar “a serviço de uma ONG”, depois de divulgar dados do Instituto que mostravam um aumento de 88% no desmatamento. O presidente afirmou que os números são “mentirosos”.
“Meu discurso com relação ao presidente criou constrangimentos. No entanto, eu tinha preocupação muito grande que isso fosse respingar no Inpe. Não vai acontecer. O ministro, inclusive, discutimos em detalhe como vai ser a continuação da administração do Inpe. Agora, é claro, diante do fato que a maneira que eu me manifestei em relação ao presidente, criou um constrangimento que é insustentável, então eu serei exonerado”, afirmou Galvão a jornalistas.