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Fui à montanha para ninguém precisar ir, diz ‘monge delivery’

Em entrevista ao site de VEJA, monge Satyanatha, que criou mais de mil meditações para app, explica como a tecnologia pode ajudar no autoconhecimento

Por Talissa Monteiro Atualizado em 29 jun 2017, 16h34 - Publicado em 29 jun 2017, 15h24

Quem tenta meditar quase sempre relata dificuldade. A ideia de manter a mente vazia parece impossível para os iniciantes da prática milenar. No entanto, já há vários aplicativos e sites que tentam dar uma mãozinha e tornar a atividade mais acessível. No Brasil, acaba de ser lançado pela empresa de telefonia Vivo um app de meditação guiada, o Vivo Meditação. 

A plataforma tem mais de mil aulas criadas e gravadas pelo brasileiro Davi Murbach, de 38 anos. Conhecido como Satyanatha, ele viveu sete anos como monge em Kauai, no Havaí. Em entrevista ao site de VEJA, explica como a tecnologia pode ajudar no autoconhecimento, na saúde mental e na busca pela felicidade.

Muitos estudos mostram os males da tecnologia para a saúde mental, por exemplo. Como ela pode ser usada para um resultado positivo? A mesma substância pode ser veneno e remédio. Pode curar e causar mal. Não temos como voltar atrás e pedirmos para as pessoas não terem celulares. Mas podemos implantar no aparelho algo que te cure dos males da vida moderna e isso pode ser a meditação. Antigamente, precisávamos ir até o alto da montanha. Hoje em dia está nas nossas mãos. Muitas pessoas têm vontade de ser melhores mas não sabem por onde começar. No app, reunimos 2200 anos de conhecimento em uma plataforma.

Então até técnicas milenares como a meditação podem evoluir com a tecnologia? Sim. Brinco que sou um monge ‘delivery’. Eu fui para a montanha para ninguém precisar ir. As pessoas estão, mais do que nunca, em busca da felicidade. Antes, todos tinham uma carreira mais ‘quadradinha’, hoje querem viver com mais significado. A tecnologia é uma folha em branco e eu quero escrever algo bom.

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Como essa busca por mais significado e felicidade está refletindo no mundo? Até as empresas estão buscando isso, a exemplo da Vivo que criou uma sala de meditação para funcionários. O empresários estão percebendo que um empregado feliz e alinhado com ele mesmo melhora os negócios e o mundo. É uma equação na qual ninguém perde. Há alguns anos, as pessoas não falavam que meditavam, era quase um segredo. Hoje, temos CEOs mencionando isso em público.

O aplicativo tem meditações para iniciantes e para ‘avançados’. O que seria um ‘expert’ em meditação? No app, temos três tipos de meditações: As essenciais para você chegar e meditar; as com um propósito, por exemplo, para se transformar em algum quesito, perdoar alguém, desenvolver amor próprio ou diminuir as saudades; e as que são uma jornada rumo à paz interior.  Esse último grupo seriam os ‘experts’, alguém que quer usar a meditação para se tornar uma versão melhor de si mesmo. Nesse nível, os exercícios são mais profundos, difíceis e menos imediatistas. É um treinamento a longo prazo.

Por que você decidiu virar monge e, depois, decidiu sair do monastério? Sou uma pessoa comum com uma história extraordinária. Gosto de pizza, fico triste e feliz. Estudei engenharia da computação, trabalhei em empresas legais, mas essa ideia de sucesso da sociedade não me preenchia. Eu só me sentia bem quando falava de meditação e espiritualidade. Até que um dia me perguntei a quem estava enganando e fui para um monastério. Fiquei lá por sete anos, mas chegou um momento em que quis dividir o que tinha aprendido com o mundo. Porém, pelas regras do local, só poderia ensinar para quem seguisse a tradição por completo. Então, eu decidi sair e ter um vida ‘normal’. Hoje tenho a minha casinha, posso ter um relacionamento amoroso, enfrento o trânsito de São Paulo… isso me faz entender as dificuldades da vida moderna e a criar melhores meditações para ajudar as pessoas a lidarem com seus problemas.

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