Os seguidores de VEJA no Twitter – quase 6,5 milhões de perfis – receberam em suas timelines uma série de conteúdos em novo formato na semana que passou. Foi o caso de uma entrevista com Roberto Kalil, cardiologista dos políticos mais poderosos do Brasil, sobre saúde masculina: as perguntas, feitas pela editora de saúde de VEJA, Adriana Dias Lopes, foram apresentadas uma a uma em tuítes; Kalil respondeu em vídeos, também em tuítes. Para passar de um conteúdo a outro, bastava deslizar o dedo sobre a tela do celular.
Confira os primeiros Moments de VEJA:
Eduardo Cunha será cassado ou não
Do terror à normalidade possível: aos poucos, Paris volta a ser Paris
O cardiologista dos poderosos dá 8 dicas de #saúdeDoHomem
O formato é novidade no Brasil e se chama Moments. Com ele, é possível apresentar histórias coesas construídas a partir de tuítes com textos, fotos e vídeos. Além da entrevista com Kalil, VEJA abraçou o lançamento do recurso com outras três reportagens.
A primeira começou a ser produzida logo após os atentados terroristas de Paris, no último dia 13. Direto da capital francesa, o redator-chefe Fábio Altman mostrou, em vídeos, como a cidade reagiu ao horror dos ataques.
Outro Moments mergulhou nos bastidores do processo que corre na Câmara e pode desaguar na cassação do presidente da Casa, Eduardo Cunha. Em Brasília, os repórteres Marcela Mattos e Felipe Frazão colheram a opinião de membros do Conselho de Ética, que se preparam para começar a decidir o futuro de Cunha.
Por fim, a repórter Mariana Barros pediu a participação de usuários espalhados pelo país para apontar quais as piores calçadas das cidades brasileiras, mais um passo da campanha #calçadaVIVA, que Mariana já lidera no blog Cidades Sustentáveis.
Os Moments podem ser vistos por leitores e usuários da rede social em qualquer dispositivo com acesso à internet. Mas a ferramenta foi concebida para operar no celular. E é nesse dispositivo que a mecânica singela de narrativa movida a toques na tela se mostra mais envolvente e bem-sucedida.
O Brasil é o segundo território (o primeiro são, é claro, os Estados Unidos) a receber o recurso novo do Twitter. Tal deferência se deve ao fato de o país ser um dos principais mercados para a rede. Segundo Guilherme Ribenboim, vice-presidente da empresa para a América Latina, 8% das 500 milhões de mensagens postadas diariamente no serviço se origiram no Brasil.
Lançado há pouco mais de um mês nos Estados Unidos, o Moments atraiu publicações parceiras como os jornais The New York Times e Washington Post, a emissora FoxNews e o site BuzzFeed. Outras instituições também foram convidadas a produzir suas narrativas, caso da Nasa e das ligas de beisebol e basquete americanas. No Brasil, o convite foi restrito a doze publicações – entre elas, VEJA.
As narrativas também são construídas pelo próprio Twitter – em grande número, aliás. Eis uma grande novidade na história da rede. O Moments é a primeira incursão estruturada da empresa na área de conteúdo. A empresa não publica tuítes próprios, mas dispóe de um recém-contratado time de jornalistas encarregado de agregar as mensagens de terceiros e cria histórias. Usar postagens alheias é, aliás, uma prática autorizada (e incentivada) para os usuários do Moments.
Os Moments escolhidos pelo Twitter – de autoria própria ou feitos por parceiros – estão reunidos em uma nova aba, adicionada ao app do produto e identificada por um raio. Esse ícone dá acessa a uma área semelhante ao menu de um site noticioso, com seções como “Hoje”, “Notícias”, “Esportes”, “Entretenimento” e “Diversão”. Dentro de cada uma delas, estão os melhores Moments, na avaliação do Twitter.
O novo recurso é um esforço da rede para facilitar a vida dos usuários. Muita gente ainda acha complicado encontrar na rede os assuntos em destaque, ou de seu maior interesse. As narrativas podem ser especialmente úteis diante de acontecimentos inesperados e de grande alcance – como foram os atentados de Paris. Como encontrar as melhores informações? O Moments quer resolver o problema.
“Em uma de suas primeiras entrevistas depois de voltar ao cargo de CEO, Jack Dorsey disse que o Twitter precisava evoluir para que absorver informação lá dentro fosse tão fácil quanto olhar pela janela. O Moments é essa janela”, diz Leonardo Stamillo, diretor editorial do Twitter para a América Latina.