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Uso de robôs pode ter motivado exclusão do game “Flappy Bird”

Depois do sucesso repentino, aplicativo foi retirado das lojas App Store e Play

Por Renata Honorato
10 fev 2014, 12h58

O bobinho Flappy Bird vive seus minutos de fama. Depois de liderar as listas de games mais baixados em cem países, o aplicativo desapareceu da App Store, loja virtual da Apple, e Play, similar do Google. A situação se tornou ainda mais confusa quando seu desenvolvedor, o vietnamita Dong Nguyen, saiu-se com a seguinte “explicação”: “Eu posso dizer que o Flappy Bird foi um sucesso. Mas ele também arruinou minha vida simples. Então agora eu o odeio”, acrescentando, via Twitter, que o sumiço do programa não “é relacionado a questões legais”. Analistas do segmento, contudo, apostam justamente que, sim, o app não é tão legal. E alimentam a hipótese de que o desenvolvedor usou robôs (programas de computador, na verdade) para inflar artificialmente o sucesso do app. Apple e Google ainda não se pronunciaram a respeito.

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Flappy Bird chegou à App Store em maio de 2013, mas seu sucesso repentino só aconteceu no mês passado. Carter Thomas, desenvolvedor e consultor americano de aplicativos para iPhone, aposta no uso dos robôs para a ascensão rapidíssima do Flappy Bird. “Eu odeio ter que falar isso, mas esse comportamento é típico de robôs”, escreveu Thomas em seu blog. O mecanismo para burlar estatísticas teria inflado o número de downloads e também de avaliações. “Nunca testemunhei nada parecido.” Curiosamente, outros dois games desenvolvidos por Dong Nguyen, Super Ball Juggling e Shuriken Block, também registraram picos de download e avaliação no mesmo período.

Nguyen não responde às críticas e evita a imprensa. Procurado pela reportagem de VEJA, não se manifestou. Apenas publicou em seu Twitter a seguinte mensagem: “Sinto muito, jornalistas, mas vocês não fazem parte do meu público”. O vietnamita vive na cidade de Hanoi e assina seus games como DotGears. Em seu perfil no microblog, ele se apresenta como “desenvolvedor de jogos indie apaixonado.” “Não importam as estatísticas. Vocês não acham? Se os dados fossem falsos, a Apple não deixaria o app no ar por meses.” A decisão de excluir o aplicativo das lojas on-line, contudo, parece indicar justamente o contrário.

Na App Store, Flappy Bird teve 628.000 avaliações. A título de comparação, Angry Birds, cujo sucesso estrondoso ultrapassou a marca de 1 bilhão downloads, acumula 825.000 avaliações desde 2009. Segundo Carter Thomas, uma análise dos reviews revela ainda um padrão: os textos têm dimensões parecidas e usam quase sempre as mesmas palavras para se referir ao game.

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Controvérsia à parte, o game é muito simples. Ele desafia o jogador a guiar um pássaro que tenta voar passando pelos vãos de obstáculos. Para controlar o personagem, basta tocar na tela do smartphone. A estética 8-bit lembra os jogos desenvolvidos para o NES, console da Nintendo lançado na década de 1980. E a companhia japonesa parece mesmo ter sido a principal referencial para Dong Nguyen. O cenário retrô, por exemplo, foi plagiado da série Super Mario. Já a mecânica é uma cópia do jogo francês Piou Piou vs. Cactus.

“No mercado móvel, os usuários podem pagar para passar de nível a outro mais difícil. Isso não existe no Flappy Bird, o que fez com pessoas passassem horas jogando para ganhar poucos pontos. Isso conquistou o público”, diz Daniel Trócoli, diretor de licenciamento do portal ClickJogos.

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