Assine VEJA por R$2,00/semana
Continua após publicidade

Twitter está se tornando uma companhia de serviços móveis, diz chefe do e-commerce da rede

Anúncios desta semana reforçam estratégia de ir além da rede de 140 caracteres

Por Da Redação 25 out 2014, 07h52

Em um evento inédito em sua história, o Twitter reuniu cerca de 1.000 desenvolvedores de aplicativos móveis nesta semana em San Francisco, na Califórnia. O objetivo era apresentar um pacote de bondades chamado Fabric, um kit de recursos que pretende ajudar programadores/empreendedores a aprimorar suas criações. Entre outras soluções, as ferramentas facilitam a exibição de tuítes nos apps, permitem que usuários acessem os aplicativos usando o número de celular (aposentado a dupla login/senha) e, de quebra, ajudam a fazer dinheiro. Para isso, o Fabric põe à disposição a integração com o MoPub, serviço do Twitter que conecta apps e anúncios. Quem topar, vai ajudar a expandir o Twitter, seja espalhando tuítes, seja ampliando o faturamento da rede com anúncios exibidos em qualquer app – fora dos domínios do passarinho azul, portanto. O Twitter não é mais (apenas) a rede de mensagens de 140 caracteres. “Estamos deixando de ser apenas uma plataforma de publicação e consumo de conteúdo para nos tornar uma companhia de serviços móveis”, diz Nathan Hubbard, chefão do e-commerce da plataforma.

Leia também:

Twitter testa botão “Comprar” em suas mensagens

Twitter lucra 15 milhões de dólares no segundo trimestre

Divulgação
Divulgação (VEJA)

Ex-CEO da Ticketmaster, Hubbard foi trazido há um ano para o microblog. Sua missão: abrir uma nova fonte de receitas, que nos doze meses encerrados em junho atingiram 974 milhões de dólares. Hoje, quase 90% de tudo que entra nos caixas da companhia é proveniente da publicidade exibida para os 271 milhões de usuários (o restante é fruto do licenciamento de dados). A primeira tacada de Hubbard foi pendurar em uma parcela limitadíssima dos 500 milhões de tuítes publicados diariamente um botão chamado “buy botton”: clicou, comprou. O executivo não revela o volume de vendas até agora, mas diz que os testes no mercado americano indicam que, sim, o tuítes conduzem a vendas. “A ideia do comércio presente em um ecossistema móvel tem a ver com tudo o que construímos agora”, diz. Na entrevista a seguir, ele fala sobre os testes, a aposta da companhia no celular e em modelos bem-sucedidos de e-commerce, como a Amazon.

Continua após a publicidade

O que o Twitter já aprendeu com a experiência de e-commerce? Estamos aprendendo que é preciso otimizar ao máximo a experiência do consumidor para aumentar a taxa de conversão. Ou seja, para que cada exibição do “buy botton” de fato leve a uma compra. Estamos estudando ainda como dar escala às vendas no ambiente móvel, porque esse e-commerce não vai acontecer na internet, mas no celular, o que é diferente. Por isso, pensamos sempre no celular em primeiro lugar. Nosso teste é no celular.

Há quanto tempo o Twitter trabalha na ideia de vender produtos? Qual é a meta do negócio? Sou o primeiro chefe do setor de e-commerce do Twitter. Nossa intenção é que essa operação se torne um negócio com vida própria, que gere receita e atraia usuários que venham para a plataforma com essa finalidade específica: comprar.

O que o e-commerce significa para a evolução do Twitter? Na apresentação do Fabric, nesta semana, ficou clara a evolução em curso. Estamos deixando de ser apenas uma plataforma de publicação e consumo de conteúdo para nos tornar uma companhia de serviços para celular. A ideia do comércio presente em um ecossistema móvel tem a ver com tudo o que construímos agora.

Quando o “buy botton” vai chegar a outros países? Vamos tentar novos mercados no futuro não muito distante. O que vai definir isso é como o comércio via celular vai evoluir em cada mercado. O lançamento do Apple Play e do Google Wallet talvez mudem esse cenário, acelerando o processo. Evidentemente, estamos olhando com atenção para o que acontece no Brasil.

Quando o Twitter introduziu os tuítes patrocinados, alguns usuários reclamaram. Houve queixas sobre a inclusão do botão de compra? Quando os usuários entram na plataforma e enviam um tuíte, eles não pensam: mandei uma mensagem para o Twitter. Essas pessoas sentem que estão falando diretamente com outras pessoas, com marcas, com seus ídolos. E de fato estão. No caso do comércio, é a mesma coisa: uma grande oportunidade para marcas entrarem em contato direto com o usuário. O feedback que recebemos é que isso não é uma ação invasiva.

Continua após a publicidade

Hoje, o Twitter apresenta anúncios aos usuários a partir do que ele tuíta e também da análise de assuntos que crescem na rede. No e-commerce, o usuário poderá receber, por exemplo, a oferta de iPhones quando o assunto crescer na rede? O Twitter tem que ter capacidade para reagir a qualquer impulso da rede e fornecer em troca algum conteúdo relacionado àquele estimulo. Pode ser um anúncio, ou um botão para compra imediata ou ainda um outro que permita ao usuário salvar a oferta para comprar depois. O mesmo conceito aplicado aos anúncios serve ao comércio. Hipoteticamente, poderíamos oferecer ofertas de iPhones ao identificar que o smartphone da Apple é um assunto relevante na rede. Já fizemos alguns testes similares, com personalidades com o rapper Eminem e o comentarista político Glenn Beck. Havia uma conversa muito intensa na rede a respeito do novo livro dele (Dreamers and Deceivers): Beck, então, soltou tuítes que continham o botão de compra. Não posso revelar números, mas garanto que ele ficou satisfeito com o resultado.

Quais são as melhores experiências de e-commerce que você já teve como consumidor? Além do “buy botton”? (risos). Vejo um valor incrível nas recomendações de compra da Amazon. É um mecanismo que de fato “aprende” com meus hábitos e preferências e, a partir disso, faz sugestões de compra pertinentes. A outra é o Google Now.

Que características do Twitter o habilitam a ser um bom canal de e-commerce? O Twitter está no cruzamento das três tendências mais importantes do e-commerce. A primeira é a curadoria por algoritmo, que é a habilidade da plataforma de identificar sinais dos usuários na rede, como informações sobre contexto e geolocalização, e responder apresentando conteúdos pertinentes. Hoje, fazemos isso com anúncios. A ideia é que façamos com comércio no futuro. A segunda é a influência humana na curadoria. Cada influenciador e marca hoje em dia estão no Twitter conversando com seus público. Nossa hipótese, que está se confirmando nos testes, é que esses influenciadores podem acelerar o processo de compra, levando o usuário até a operação final. A terceira tendência é o movimento por serviços em tempo real. É o fenômeno dos drones do Google e Amazon, com entrega imediata, e a “uberização” do mundo. O desafio é: como captar os sinais da demanda e atendê-la em tempo real? O Twitter tem tudo a ver com isso porque aqui a interação ocorre em tempo real. Em certa medida, encaro o comércio no Twitter a partir do modelo do Ubber, que é conectar demanda em tempo real com oferta também em tempo real.

Publicidade

Matéria exclusiva para assinantes. Faça seu login

Este usuário não possui direito de acesso neste conteúdo. Para mudar de conta, faça seu login

Domine o fato. Confie na fonte.

10 grandes marcas em uma única assinatura digital

MELHOR
OFERTA

Digital Completo
Digital Completo

Acesso ilimitado ao site, edições digitais e acervo de todos os títulos Abril nos apps*

a partir de R$ 2,00/semana*

ou
Impressa + Digital
Impressa + Digital

Receba Veja impressa e tenha acesso ilimitado ao site, edições digitais e acervo de todos os títulos Abril nos apps*

a partir de R$ 39,90/mês

*Acesso ilimitado ao site e edições digitais de todos os títulos Abril, ao acervo completo de Veja e Quatro Rodas e todas as edições dos últimos 7 anos de Claudia, Superinteressante, VC S/A, Você RH e Veja Saúde, incluindo edições especiais e históricas no app.
*Pagamento único anual de R$96, equivalente a R$2 por semana.

PARABÉNS! Você já pode ler essa matéria grátis.
Fechar

Não vá embora sem ler essa matéria!
Assista um anúncio e leia grátis
CLIQUE AQUI.