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Tinder é denunciado por venda de dados com interesses sexuais de usuários

Ministério da Justiça vai notificar duas empresas por suposta venda ilegal de informações pessoais

Por Da Redação Atualizado em 15 jan 2020, 16h26 - Publicado em 15 jan 2020, 13h56

O Ministério da Justiça e Segurança Pública notificou nesta quarta-feira (15) os aplicativos de relacionamento Tinder e Grindr por supostamente compartilharem de forma ilegal os dados íntimos de milhões de usuários brasileiros. Segundo a Secretaria Nacional do Consumidor (Senacon), “as empresas têm prazo de 10 dias para esclarecerem se os dados pessoais de usuários foram comercializados ilegalmente”. Se comprovado, o ministério afirma que a multa circula na casa dos 9 milhões de reais.

A decisão ocorre depois que um estudo realizado pelo Conselho de Consumidores da Noruega, uma organização sem fins lucrativos mantida pelo governo daquele país, divulgado ontem (14), relatou como os aplicativos Tinder, Grindr e OkCupid estariam compartilhando dados de usuários com empresas de publicidade. O relatório afirma que a prática infringe leis na Europa, território em que valem regras muito similares às do Marco Civil da Internet e a Lei Geral de Dados, do Brasil.

No caso europeu, para chegar em tais conclusões, o estudo descobriu que algumas empresas tratam informações íntimas, como hábitos de drogas e orientação sexual, sem muita diferença de como tratam dados mais inócuos, como sobre a comida favorita de um usuário.

O Grindr, que tem o público gay como clientela principal, compartilha dados de localização de usuários e ainda a orientação sexual, com mais de uma dezena de empresas. Já o Tinder teria enviado informações para 45 empresas de seu proprietário, o Grupo Match, e outras duas de marketing.

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Sobre o estudo, o Grindr, controlado pela chinesa Beijing Kunlun, foi procurado pela agência de noticias francesa AFP, mas não quis comentar a denúncia. Já o Match Group, dono do Tinder e do OkCupid, afirmou em um posicionamento enviado ao jornal The New York Times que trabalha em parceria com companhias terceiras, e teria exposto apenas dados estritamente necessários para esses serviços. A reportagem de VEJA entrou em contato com o escritório brasileiro do Tinder, que informou ainda não ter sido notificado pelo Ministério da Justiça e, por isso, ainda não se pronunciaria.

Atualização – No final da tarde desta quarta-feira, o MatchGroup enviou a seguinte nota à VEJA:

“A privacidade é o centro do nosso negócio. Ao contrário de outras empresas de tecnologia, cujo modelo de negócio depende da venda de informações pessoais, a sustentação do nosso são as assinaturas, portanto, baseamos o negócio na relação de confiança e em promover a melhor experiência aos usuários. O Tinder e o OkCupid usam fornecedores terceirizados para ajudar nas operações técnicas e fornecer serviços gerais, semelhantes a todos os outros aplicativos e plataformas online. Por exemplo, o OkCupid usa o Braze para gerenciar as comunicações com seus usuários sobre seus serviços. Compartilhamos apenas informações específicas consideradas necessárias para operar nossa plataforma, respeitando as leis aplicáveis, incluindo GDPR e CCPA. Todos os produtos do Match Group obtêm desses fornecedores rígidos compromissos contratuais que garantem confidencialidade, segurança das informações pessoais dos usuários e proíbem estritamente a comercialização desses dados”.

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