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Startups brasileiras de impacto social são impulsionadas pelo Facebook

No segundo ano da iniciativa, empresas focadas em soluções para o meio urbano e para melhorar a vida de pessoas recebem aceleração

Por Sabrina Brito 19 Maio 2019, 17h11

Pelo segundo ano consecutivo, o Facebook, em parceria com a organização Artemisia, está realizando um programa de aceleração de startups brasileiras focadas em produtos de impacto na sociedade. O projeto se dá na Estação Hack, centro de inovação da companhia de Mark Zuckerberg em São Paulo, e envolve dez startups, todas focadas em ações com repercussões sociais que foquem em pessoas ou no ambiente urbano. As inscrições para a próxima turma de startups já estão abertas e terminam no próximo dia 3 de junho.

De acordo com Eduardo Lopes, gerente de políticas públicas do Facebook e porta-voz da Estação Hack, o objetivo do Facebook é incentivar negócios que, no mercado, poderiam ser esnobados por demorarem para trazer algum tipo de retorno financeiro. Como, segundo ele, empresas de cunho social tendem a levar mais tempo do que a média para começar a lucrar, não é raro que elas sejam vistas feito segunda opção quando se trata de investimentos.

Já o foco na vida nas cidades vem do fato de que o processo de urbanização está crescendo em grande parte do mundo, inclusive no Brasil. “As cidades grandes ainda recebem gente, mas as pequenas e médias estão aumentando de modo acelerado”, comentou Lopes. “As soluções em que pensarmos têm que ter o público urbano como alvo.”

O dia a dia das startups selecionadas pelo Facebook é intenso. O programa dura seis meses. Durante as primeiras três semanas, os participantes recebem um diagnóstico de seus erros e acertos, com base na informação fornecida durante o processo seletivo. É aí então que as metas para os próximos meses são estabelecidas.

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Em seguida, cada empresa recebe um consultor da Artemisia e um mentor do Facebook, encarregados de ajudar especificamente esse grupo com suas metas e projetos. Além disso, os membros também podem consultar especialistas do mercado — nas últimas edições, executivos de negócios, como representantes da iFood e da Gympass, serviram de apoio aos empreendedores. Enquanto essa parte específica se desenvolve, todos os fundadores das startups comparecem a workshops e palestras sobre temas mais genéricos, a exemplo de media training, vendas, impacto social, dentre outros.

Uma das startups selecionadas para a terceira edição do projeto é a Livre, fundada em 2014. Com a intenção de fornecer equipamentos que ampliam a mobilidade a indivíduos portadores de deficiência, a empresa busca resgatar, como diz, a “liberdade perdida dessas pessoas”. O Kit Livre é um mecanismo que suporta qualquer peso e, ao ser agregado à cadeira de rodas, a torna um triciclo elétrico motorizado que permite uma autonomia de cerca de 25 quilômetros de deslocamento. O equipamento também é adequado para andar sobre calçadas irregulares, locomover-se sobre guias, grama e terrenos arenosos.

“Nosso objetivo na Estação Hack é mudar o nosso modelo de negócios”, afirmou Júlio Oliveto, engenheiro mecatrônico e fundador da Livre. “Queremos transformar o nosso foco atual, que é a venda direto para o consumidor, em uma distribuição para instituições e parceiros comerciais que possam facilitar o acesso do usuário ao kit.” A esperança, disse ele, é diminuir a dificuldade que o grupo tem de atingir seu público-alvo.

Outra empresa escolhida foi a Pulsares, fundada em Santa Catarina e que tem como objetivo atuar na área da saúde no país. A startup transforma as receitas médicas escritas à mão em versões digitalizadas, com letras de fácil entendimento, e adiciona ilustrações às instruções de uso de medicamentos, visando uma compreensão mais fácil do que está sendo pedido.

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Por exemplo, essa nova versão digital da receita vem com desenhos de um copo de água e de pílulas (dependendo de quantas o médico receitou), indicando como o remédio deve ser usado e em qual dose. Além disso, há imagens de relógios marcando as horas indicadas para o consumo do medicamento, com o fim de descomplicar a leitura do horário.

O investimento em startups não é exclusivo do Facebook. Muitas empresas, a exemplo da Samsung, do Google e das brasileiras Movile e Itaú, têm aderido à tendência. O motivo é simples: bancar esse tipo de empreendimento resulta em uma evolução da área em que a própria empresa atua, o que pode significar mais espaço ou mais mecanismos para que ela se desenvolva. Ou seja, investir em uma startup pode ter como resultado incrementar o ecossistema em que seus financiadores atuam, proporcionando o crescimento conjunto.

Além disso, abrigar esse tipo de projeto pode fazer com que os investidores acabem encontrando ideias e produtos realmente inovadores. Caso apliquem seu dinheiro em uma companhia e ela se torne muito bem-sucedida, os financiadores multiplicarão o investimento.

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