Shopping on-line recria na web papel do vendedor
Serviço oferece opções de produtos de acordo com perfil do consumidor
Nem mesmo as donas de casa mais experientes se sentem à vontade na hora de trocar a máquina de lavar ou a TV. Os produtos, cada vez mais sofisticados, usam novas tecnologias e chegam ao mercado com tantos recursos que a escolha de um eletrodoméstico pode se transformar em sofrimento. Como na internet não existe a figura do vendedor, capaz de tirar dúvidas simples como o tamanho ideal de uma lava-louças para uma família de quatro pessoas, a compra se transforma em um processo demorado e passível de erros.
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Tentando solucionar esse problema, três ex-funcionários da IBM criaram o Bedoo, shopping on-line que filtra as opções de venda a partir de um questionário respondido pelo consumidor. Com base nesse material, o site oferece três opções de um determinado produto: um mais barato, um mediano e outro mais caro.
O conceito não é inédito. O site britânico Just Buy This One já oferece três faixas de preço para uma mesma mercadoria. A diferença, contudo, está na forma como se dá a seleção dos produtos. Enquanto no serviço estrangeiro a busca é feita com base na análise de outros consumidores, no Bedoo as opções seguem o perfil do comprador. Ou seja: uma lavadora de 12 quilos não aparecerá listada para uma pessoa que mora sozinha.
Segundo Marcelo Cardenuto, cofundador do site brasileiro, a ideia surgiu depois que sua mãe levou cinco meses para comprar um notebook na internet. “Nas lojas on-line não existem vendedores para tirar as dúvidas. É difícil saber se o preço está na média, se o equipamento vai atender às necessidades ou mesmo se o eletrodoméstico vai caber na cozinha. Atualmente, o consumidor não tem um recurso de ajuda nesses ambientes virtuais”, explica.
A proposta, portanto, é preencher essa lacuna. Levando para a rede um sistema inteligente que executa o mesmo papel de um comerciante, através de perguntas como quantas pessoas vivem na casa ou qual a cor dos móveis, as chances do resultado ser efetivo para o comprador são maiores.
De acordo com Cardenuto, o Bedoo fechou parcerias com varejistas on-line, como CasasBahia.com, Submarino e FastShop, entre outras. O objetivo da empresa é oferecer no mercado preços mais competitivos ao consumidor.
Modelo de negócio – O Bedoo começou a funcionar no Brasil há pouco mais de duas semanas. A empresa é a primeira a sair da Incubadora de Negócios da Escola Superior de Propaganda e Marketing (ESPM) e pretende fechar o ano de 2012 com 1,7 milhão de acessos únicos no site. A previsão para 2013 é de 12 milhões.
Para dar inícios às operações, a companhia recebeu aporte de um investidor. A principal fonte de receita da startup, por ora, é uma comissão sobre cada venda realizada através do site. As parcerias, afirma Cardenuto, estão sendo firmadas apenas com varejistas e não com fabricantes. “É uma forma de garantir a idoneidade do serviço”, diz.
O questionário respondido pelos usuários a cada busca realizada no Bedoo foi produzido com a ajuda de uma rede de treinamento de domésticas. As especialistas testaram os produtos e identificaram as perguntas mais relevantes para serem feitas antes da compra de um item.
A sede da companhia fica em São Paulo e a equipe é composta por apenas cinco funcionários. Atualmente, o serviço oferece produtos de oito categorias: casa, cozinha, imagem, informática, games, foto, telefonia e som.
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