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Redes sociais: um mundo melhor do que você imagina

Um fascinante estudo realizado em oito países, inclusive o Brasil, mostra que as redes sociais não são um palco de egoísmo, platitudes, valentia desmedida e chatice em profusão. A vida por lá é bem menos óbvia do que se supõe

Por Raquel Beer Atualizado em 24 Maio 2016, 16h09 - Publicado em 1 abr 2016, 21h46

A polarização dos debates, os discursos inflamados – ainda mais em temporada de rachas políticos – e a falta de respeito pela opinião alheia levam a crer que redes sociais, a exemplo do Facebook, fomentam apenas brigas, egocentrismo e a proliferação de memes que muitas vezes espalham, tão somente, mentiras e provocações. Os detratores da vida que brota na web podem se apoiar no fiasco do programa de inteligência artificial lançado há duas semanas pela Microsoft, integrado ao Twitter: ao compilar dados de tuítes, o software imitou o comportamento de adolescentes nas trocas de mensagens de 140 caracteres. O efeito inesperado é que o robô acabou por se tornar racista, misógino e tarado (convenhamos, a simulação pode ter se saído perfeita demais). Na outra ponta, os defensores das redes sociais alegam que tratá-las como poço de posturas tortas é bobagem, pois os sites de relacionamento promovem a democracia e aproximam indivíduos com pontos de vista distintos. Um estudo internacional, publicado pela universidade inglesa College of London no mês passado, chegou a uma conclusão surpreendente: ambos os lados estão errados (e, ao mesmo tempo, têm alguns acertos). A pesquisa, realizada em oito países, incluindo o Brasil, e que ganhou o didático nome de Why We Post (“Por que postamos”), revelou que por trás das curtidas e dos compartilhamentos há mais nuances do que preconizavam os julgamentos precipitados, ora de descrença, ora de absoluto entusiasmo pela novidade (veja exemplos nos quadros desta reportagem).

“Descobrimos que as redes sociais acabam por refletir aspectos culturais, morais e políticos que já estavam enraizados na cultura de cada um”, analisa o brasileiro Juliano Spyer, um dos nove antropólogos que realizaram a pesquisa. “Elas não criaram um mundo novo. Apenas emularam, no formato virtual, o que existia.” Cada um dos cientistas morou durante quinze meses em uma das localidades selecionadas e observou como a população local usa os sites. Além de 230 brasileiros, quase 2 000 chineses, chilenos, indianos, ingleses, italianos, turcos e trinitários (da ilha caribenha de Trinidad) tiveram seus perfis on-line avaliados. Explica Spyer: “Escolhemos iluminar áreas que ainda não haviam sido devidamente analisadas em seu uso das redes. Fizemos isso para não chegar aos resultados de sempre, que acabam por ser viciados, exacerbando como globais hábitos que não passam de locais, como os adotados nos Estados Unidos, tradicional ponto de estudos”.

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