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Rede social feminista usa identificação facial para barrar homens

Um efeito colateral da tecnologia: acaba por não permitir a entrada de mulheres trans

Por Da Redação 8 fev 2020, 13h00

Um novo aplicativo chamado Giggle, lançado na sexta-feira (7), se apresenta como uma rede social exclusiva para mulheres. Para garantir que a premissa se mantenha, os desenvolvedores exigem que, durante o cadastro, seja enviada uma selfie para que o “software de verificação de gênero por biometria” possa determinar se a cadastrada é realmente do sexo feminino.

O app, que foi criado pela roteirista australiana Sall Grover, por se definir como uma plataforma feminista, com objetivo principal de conectar mulheres com colegas de quarto em potencial ou companheiras de viagem, já levantou questões polêmicas sobre gênero. Entre as quais, por um efeito da tecnologia: acaba por deixar mulheres trans de fora da rede social.

No Twitter, usuários apontaram a existência de suposta transfobia por parte do recurso tecnológico aplicado pelo Giggle. A criadora do app respondeu dizendo que consultou mulheres trans durante o desenvolvimento do aplicativo e determinou que era melhor admitir abertamente os limites do software (no site da empresa está descrito que usuárias trans teriam dificuldade de acessar a plataforma). “Trabalhamos com garotas trans que decidiram que era melhor admitir esta limitação, do que causar alguma frustração por omitirmos”, explicou ela.

A polêmica com a novidade vai além. Outro problema apontado na nova rede é em relação à política de privacidade. O Giggle pode coletar uma centena de informações pessoais, incluindo imagens, localização, preferências e dados de navegação das pessoas. E consegue compartilhar essas informações com sites e serviços de outras empresas, incluindo provedores de reconhecimento facial e profissionais de marketing. Ele também coleta informações confidenciais, incluindo “práticas sexuais ou vida sexual”, registros criminais e informações de saúde, quando disponíveis. Nesses aspectos, aparenta ser mais intrusivo do que Facebook ou Instagram.

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Até porque, não está claro por que a Giggle precisaria acessar esses dados, uma vez que se vende com o único objetivo de ser um espaço seguro para mulheres encontrarem outras mulheres. Mas em uma era de vigilância em constante expansão, com empreitadas como a Clearview AI identificando o rosto das pessoas sem consentimento, um aplicativo desenvolvido com triagem biométrica duvidosa e extensa acaba mesmo por ser motivo de preocupação.

Enquanto o site da Giggle diz que o aplicativo é “projetado para dar às mulheres escolha, controle e conexão”, sua tecnologia parece fazer exatamente o oposto.

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