O site Mercado Livre, que serve como intermediário entre vendedores e compradores em transações on-line, está sendo utilizado por uma quadrilha para roubar internautas. A Polícia Civil investiga a ação do grupo, que clona perfis na comunidade e engana os usuários, muitas vazes atraídos por preços mais baixos.
Os golpistas invadem contas reais e utilizam as boas qualificações do vendedor para convencer os compradores a depositarem o dinheiro da mercadoria em uma conta bancária. Finalizada a transação, o produto não é entregue e o perfil do vendedor é excluído do sistema.
Para chamar a atenção das vítimas, a quadrilha oferece produtos com o preço muito abaixo do oferecido pelo mercado. A 4ª Delegacia de Delitos Cometidos por Meios Eletrônicos do Departamento de Investigação sobre o Crime Organizado (Deic) concentra todas as ocorrências.
O Mercado Livre está trabalhando em conjunto com a Polícia Civil para rastrear contas suspeitas. Quando uma transação que não inspira confiança é localizada, a própria empresa entra em contato com o comprador solicitando que ele não dê continuidade a negociação.
Foi o que ocorreu com o consultor jurídico Marcelo Cardoso, de 35 anos. Em outubro, ele comprou um netbook por 691 reais, mais 40 reais pelo frete. O vendedor, que se identificava como Cleodinei, tinha qualificações positivas. Após Cardoso depositar a quantia, recebeu mensagem do site: “Demos início a um processo de investigação sobre o usuário Cleodinei. Aconselhamos que não dê continuidade à transação”.
O delegado Antônio Carlos Menezes Barbosa, da Divisão de Investigações sobre Infrações contra o Consumidor, afirmou que queixas sobre compras na internet são constantes no departamento que foi criado em maio deste ano. Segundo Barbosa, o acusado pode responder por estelionato (de 1 a 5 anos de detenção) e publicidade enganosa (de 3 meses a 1 ano de prisão).
(Com Agência Estado)