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Por que o Google está no caminho do Instagram

O brasileiro que criou o app fala sobre recursos recém-lançados e revela planos: aprimorar a experiência de usuários de aparelhos com sistema Android

Por Rafael Sbarai
8 jun 2014, 09h58

O paulistano Mike Krieger é um talento brasileiro lapidado no Vale do Silício, o pulmão californiano da tecnologia. Aos 28 anos, ele é cofundador do Instagram, aplicativo para smartphones e tablets que transforma fotos triviais feitas em celulares em imagens atraentes e em muitas vezes artísticas. O app – fruto de uma parceria com o engenheiro americano Kevin Systrom, atual CEO da empresa e ex-colega do brasileiro na badalada Universidade de Stanford – não para de ganhar usuários. Hoje, são mais de 200 milhões de pessoas. Estima-se que em 2012, quando o programa foi comprado pelo Facebook por 1 bilhão de dólares, Krieger tenha levado para casa 100 milhões de reais. Mas no mundo digital o sucesso pode ser fugaz. Por isso, nos últimos dois meses, o brasileiro e parte dos 140 funcionários da companhia trabalharam em um projeto considerado estratégico: incrementar as ferramentas de edição de fotos. Na última terça-feira, dez novos recursos foram introduzidos. O recurso que merece maior destaque é o que permite ajustar a intensidade dos 20 filtros disponíveis no app. Do QG oficial da empresa em Menlo Park, na Califórnia, Krieger falou com exclusividade a VEJA.com sobre as mudanças e também sobre os próximos desafios: esquadrinhar o comportamento dos usuários de smartphones e tablets que rodam com sistema operacional Android, do Google. “Esse será nosso grande investimento nos próximos meses”, diz Krieger. Confira a conversa a seguir:

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Por que introduzir mais ferramentas de edição de imagens no Instagram? Recentemente, aprofundamos nossa experiência com manipulação de imagem. No Instagram, temos mestres e doutores especialistas no assunto que conseguem fazer com que ideias acadêmicas sejam transformadas em produtos. Eles foram os responsáveis, por exemplo, por criar alguns dos recursos exibidos nos vídeos. Como parte do processo, eles voltaram às raízes acadêmicas, acompanharam artigos relativos à edição de imagens e apresentaram algumas informações para outros times da companhia. Em dois meses, trabalhamos no desenvolvimento e execução das dez ferramentas de edição que já estão disponíveis na última versão do app.

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O que a empresa pretende com os novos recursos? Fornecer mais poder aos usuários. As imagens podem mudar a maneira como as pessoas vivem e têm a capacidade de preservar momentos especiais. Com mais ferramentas de edição, temos uma experiência ainda mais prazerosa. Antes de disponibilizar os recursos ao público, fizemos testes entre funcionários do Facebook e Instagram. Recebemos uma série de elogios – e o melhor: percebemos que as pessoas permaneceram por mais tempo no app, buscando ajustar a intensidade do filtro ideal para partilhar a imagem com seus amigos.

Vocês vão oferecer mais recursos para vídeos? A intenção é entender como o usuário será impactado tendo em mãos o maior controle das fotos. Os mecanismos que fizerem sentido serão estendidos para os vídeos.

Integrar o app a câmeras digitais pode ser o próximo passo do Instagram? Não, nosso foco está totalmente voltado aos smartphones. Há algum tempo, estamos de olho nos aparelhos que usam o sistema Android em todo o mundo: a projeção de mercado é incrível (estima-se que existam quase 1 bilhão de smartphones com Android em operação). Quando começamos, há quase quatro anos, o sistema operacional do Google não era popular. Seu avanço, no entanto, fez com que nossos esforços se voltassem para os usuários desse segmento. Queremos melhorar a experiência desses usuários. Nossos engenheiros estão trabalhando diariamente para entender o comportamento do usuário e facilitar sua vida no momento em que ele quer registrar uma imagem por meio do app. Esse será nosso grande investimento nos próximos meses.

Qual é a diferença entre usuários brasileiros do app e os do resto do mundo? Não tenho uma pesquisa a respeito. Empiricamente, posso dizer que o brasileiro faz mais registros de pessoas, na balada, no shopping, em casa ou em uma festa. O sentimento de pertencimento a um grupo é uma característica evidente na maioria das pessoas do nosso país. Isso é fascinante.

Por que o Instagram faz tanto sucesso? Eu e o Kevin somos obcecados por detalhes. Quando tinha cinco anos e morava em Portugal, minha diversão era fazer registros por meio de câmeras. Eu quis levar essa experiência para o mundo, mas usando filtros que transformassem uma foto em obra de arte. Em pouco tempo, percebemos que as pessoas que aderem ao Instagram se tornam potenciais fotógrafos.

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O maior rival do Instagram talvez seja sua nave-mãe, o Facebook. Por que o app não tem um concorrente à altura? Para responder a essa pergunta, precisamos voltar ao lançamento do app, em outubro de 2010, quando a competição era bem mais intensa. Tínhamos mais concorrentes oferecendo recursos parecidos e a disputa por um novo usuário era acirrada. Na época, adotamos as práticas que nos colocariam à frente dos rivais: atender nossa comunidade de usuários e cuidar dela. Nossa primeira estratégia não foi contratar um time de engenheiros ou programadores: buscamos um profissional de comunicação. Queríamos romper distâncias e aproximar pessoas por um mesmo interesse: as imagens. Parece que estamos cumprindo bem esse objetivo. Outro ponto importante é manter a simplicidade do produto, mas sempre oferecer aos usuários sofisticação e qualidade. Esse fator permitiu que pessoas de faixas etárias completamente diferentes aderissem ao app. Meus pais e minha avó, por exemplo, são usuários assíduos do serviço.

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Assista a seguir ao vídeo de apresentação dos novos recursos:

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