O novo desafio do Facebook: fazer mais dinheiro em mercados como o Brasil
Passado um ano da estreia na bolsa, rede parece ter respondido à migração de usuários para smartphones. Agora, tem de ampliar receita entre emergentes
Por Rafael Sbarai
18 Maio 2013, 14h47
Veja.com Veja.com/VEJA.com/VEJA.com
Publicidade
Publicidade
1/68 Em três passos, usuário terá condição de revisar os controles de privacidade da rede (Reprodução/VEJA/VEJA)
2/68 Dois encontros em onze dias decretaram o bilionário negócio entre Facebook e WhatsApp (Dado Ruvic/Reuters/VEJA/VEJA)
3/68 WhatsApp foi vendido ao Facebook em um valor estimado em 19 bilhões de dólares (Dado Ruvic/Reuters/VEJA/VEJA)
4/68 Em um minuto, recurso resume atividades mais populares do usuário na rede (Reprodução/VEJA/VEJA)
5/68 Homem segura um celular com o programa do Facebook Home (Justin Sullivan/Getty Images/VEJA/VEJA)
6/68 Logo do Facebook (Stephen Lam/Getty Images/VEJA/VEJA)
7/68 Logo do Facebook em um MacBook Air (Eric Thayer/Reuters/VEJA/VEJA)
8/68 Instagram lança recurso de mensagens diretas entre usuários (Reprodução/VEJA/VEJA)
9/68 Escritório do Facebook em São Paulo (Heitor Feitosa/VEJA/VEJA)
10/68 Escritório do Facebook em São Paulo (Heitor Feitosa/VEJA/VEJA)
11/68 Mark Zuckerberg, CEO do Facebook (Robert Galbraith/Reuters/VEJA/VEJA)
12/68 Hashtags transformam assuntos e expressões em links na rede social (Reprodução/VEJA/VEJA)
13/68 Novo conceito de buscas da rede foi apresentada em janeiro por Mark Zuckeberg (Reprodução/VEJA/VEJA)
14/68 Instagram ganha recurso de vídeos (Divulgação/VEJA/VEJA)
15/68 O novo celular do Facebook com sistema Android (Divulgação/VEJA/VEJA)
16/68(VEJA.com/VEJA/VEJA)
17/68 Mark Zuckerberg fala durante o lançamento do novo celular do Facebook com sistema Android (Justin Sullivan/AFP/VEJA/VEJA)
18/68 Mark Zuckerberg fala durante o lançamento do novo celular do Facebook com sistema Android (Robert Galbraith/Reuters/VEJA/VEJA)
19/68 Mark Zuckerberg fala durante o lançamento do novo celular do Facebook com sistema Android (Robert Galbraith/Reuters/VEJA/VEJA)
20/68 Mark Zuckerberg fala durante o lançamento do novo celular do Facebook com sistema Android (Robert Galbraith/Reuters/VEJA/VEJA)
21/68 Mark Zuckerberg fala durante o lançamento do novo celular do Facebook com sistema Android (Robert Galbraith/Reuters/VEJA/VEJA)
22/68 Mark Zuckerberg fala durante o lançamento do novo celular do Facebook com sistema Android (Robert Galbraith/Reuters/VEJA/VEJA)
23/68 Mark Zuckerberg fala durante o lançamento do novo celular do Facebook com sistema Android (Robert Galbraith/Reuters/VEJA/VEJA)
24/68 Escritório do Facebook no Brasil, localizado em São Paulo (VEJA.com/VEJA/VEJA)
25/68 Ações do Facebook aparecem em telão em Nova York, em maio de 2012 (Spencer Platt/Getty Images/VEJA/VEJA)
26/68 Escritório do Facebook no Brasil, localizado no bairro Itaim Bibi, em São Paulo (VEJA.com/VEJA/VEJA)
27/68 "Hoje, 20 milhões de brasileiros já acessam o Facebook a partir de um smartphone", diz a VEJA o executivo da empresa, Alexandre Hohagen (Eladio Machado/VEJA/VEJA)
28/68 Hohagen comanda um time de 50 profissionais na sede do Facebook em São Paulo (Eladio Machado/VEJA/VEJA)
29/68 Segundo o executivo, o país ainda vai apresentar um crescimento agressivo de usuários (Eladio Machado/VEJA/VEJA)
30/68 Mark Zuckerberg concede em setembro de 2012 sua 1ª entrevista após IPO de sua empresa, o Facebook (Beck Diefenbach/Reuters/VEJA/VEJA)
31/68 Em entrevista a Michael Arrington em setembro de 2012, Zuckerberg garante que o Facebook é uma empresa móvel (Beck Diefenbach/Reuters/VEJA/VEJA)
32/68 Mark Zuckerberg e Priscilla Chan durante as férias em Capri, na Itália, em maio de 2012 (Giuseppe Catuogno/EFE/VEJA/VEJA)
33/68 Dias após o IPO do Facebook, em maio de 2012, Mark Zuckerberg se casa com Priscilla Chan. A foto, claro, foi parar na rede social (EFE/VEJA/VEJA)
34/68 Facebook na bolsa de valores (Spencer Platt/Getty Images/VEJA/VEJA)
35/68 Em maio de 2012, o Facebook fez maior IPO de tecnologia da história (Justin Sullivan/Getty Images/VEJA/VEJA)
36/68 O fundador do Facebook aparece em telão em Nova York e pedestres registram momento tirando fotografias na Times Square (Spencer Platt/Getty Images/VEJA/VEJA)
37/68 Mark Zuckerberg celebra entrada do Facebook na Nasdaq na sede da empresa, na Califórnia, em maio de 2012 (Reuters/VEJA/VEJA)
38/68 Emocionado, Mark Zuckerberg anuncia em maio, na Califórnia, estreia do Facebook na Nasdaq (Reuters/VEJA/VEJA)
39/68 Em abril, o Facebook paga 1 bilhão de dólares para adquirir o Instagram (Julian Stratenschulte/EFE/VEJA/VEJA)
40/68 Saverin, em entrevista exclusiva a VEJA: "Não tenho ressentimento algum do Mark" (Gilberto Tadday/VEJA/VEJA)
41/68 Usuários da rede social reclamam, em abril de 2012, dos aplicativos de acesso ao Facebook (Jason Alden/Bloomberg via Getty Images/VEJA/VEJA)
42/68 Facebook revela novos servidores em abril de 2012, localizados na Carolina do Norte, EUA (Rainier Ehrhardt/Getty Images/VEJA/VEJA)
43/68 Servidores do Facebook, na Carolina do Norte, Estados Unidos (Rainier Ehrhardt/Getty Images/VEJA/VEJA)
44/68 Zuckerberg cumprimenta funcionários do Facebook, na sede da empresa em Palo Alto, Califórnia (Justin Sullivan/Getty Images/VEJA/VEJA)
45/68 Mark Zuckerberg, fundador do Facebook, durante reunião de cúpula do G8 em maio de 2011, na cidade de Deauville, França (Chris Ratclife/Getty Images/VEJA/VEJA)
46/68 Interface do Facebook, com nova timeline (Reprodução/VEJA/VEJA)
47/68 CEO do Facebook apresenta a Timeline, espécie de biografia digital do usuário (Justin Sullivan/Getty Images/VEJA/VEJA)
48/68 Zuckerberg, sobre a Timeline, em setembro de 2011: "Promovemos a maior mudança desde a criação do Facebook" (Justin Sullivan/Getty Images/VEJA/VEJA)
49/68 Durante o F8, em setembro de 2011, o comediante Andy Sandberg faz imitações ao CEO da rede, Mark Zuckerberg (Justin Sullivan/Getty Images/VEJA/VEJA)
50/68 Milhares de desenvolvedores participaram do F8, conferência anual da empresa que revela novos recursos à rede (Justin Sullivan/Getty Images/VEJA/VEJA)
51/68 Como de costume, Mark Zuckerberg abre o F8, conferência do Facebook realizada em dezembro de 2011 (Robert Galbraith/Reuters/VEJA/VEJA)
52/68 Em fevereiro de 2011, o Facebook tirou do Google seu principal executivo no Brasil, Alexandre Hohagen (VEJA.com/VEJA/VEJA)
53/68 Mark Zuckerberg e a namorada, Priscilla Chan, nos Estados Unidos (Julie Jacobson/AP/VEJA/VEJA)
54/68 Mark Zuckerberg e a namorada, Priscilla Chan, na China (Reuters/VEJA/VEJA)
55/68 Em fevereiro de 2011, o presidente americano se encontra com Mark Zuckerberg na Casa Branca (Justin Sullivan/AFP/VEJA/VEJA)
56/68 Zuckerberg faz pronunciamento minutos antes de se encontrar com o presidente americano Barack Obama (Justin Sullivan/Getty Images/VEJA/VEJA)
57/68 Em dezembro de 2010, a história da rede social vira filme. Jesse Eisenberg (foto) interpreta Zuckerberg (Divulgação/VEJA/VEJA)
58/68 Escritório do Facebook em Palo Alto, Califórnia (Divulgação/VEJA/VEJA)
59/68 Em dezembro de 2010, a rede social apresenta seu escritório em Palo Alto, na Califórnia (Divulgação/VEJA/VEJA)
60/68 Em dezembro de 2010, a rede social apresenta seu escritório em Palo Alto, na Califórnia (Divulgação/VEJA/VEJA)
61/68 Em novembro de 2010, Mark Zuckerberg anuncia novas mudanças na rede social (Justin Sullivan/Getty Images/VEJA/VEJA)
62/68 Em janeiro de 2009, o fundador do Facebook relata as tarefas na empresa durante conferência Digital Life Design (DLD), na Alemanha (Ralph Orlowski/Getty Images/VEJA/VEJA)
63/68 Funcionários do Facebook escrevem em um mural na sede da empresa em Palo Alto, Califórnia (Justin Sullivan/Getty Images/VEJA/VEJA)
64/68 Primeira versão do Facebook, em 2004: era o início da criação de um gigante da internet (Reprodução/VEJA/VEJA)
65/68 Dustin Moskovitz, cofundador do Facebook (Araya Diaz/Getty Images/VEJA/VEJA)
66/68 Chris Hughes, cofundador do Facebook (SeongJoon Cho/Bloomberg/Getty Images/VEJA/VEJA)
67/68 Eduardo Saverin, brasileiro cofundador do Facebook - e novo bilionário (Reprodução/VEJA/VEJA)
68/68 Mark Zuckerberg, CEO do Facebook (Justin Sullivan Getty Images/VEJA/VEJA)
Há exatamente um ano, o Facebook dava um dos passos mais ousados de sua breve e bem-sucedida história: a abertura de capital na bolsa de valores. Criada havia menos de uma década, a companhia realizou a maior oferta pública inicial de ações (IPO, na sigla em inglês) da Nasdaq, a bolsa de tecnologia de Nova York, atraindo 16 bilhões de dólares. Desde então, viu o valor de seus papéis se desvalorizarem, enfrentou uma rápida migração de usuários para dispositivos móveis e deparou-se, é claro, com uma crescente exigência por resultados por parte de seus acionistas. Agora, passado um ano do IPO, tem um novo desafio à frente: aumentar a rentabilidade nos mercados onde o público da rede social mais cresce – os países emergentes. O Brasil, segundo maior território do serviço em número de usuários, terá papel fundamental nessa história.
O Facebook divide o mundo em quatro grandes blocos. O primeiro é formado por Estados Unidos e Canadá, o segundo abrange Ásia e Oceania, enquanto a Europa figura sozinha; por fim, há o resto do mundo (onde está alocado o Brasil). Segundo o último relatório trimestral da companhia, divulgado há duas semanas, quase metade da receita é proveniente do primeiro grupo – ou seja, Estados Unidos e Canadá. Ali, a relação entre receita e usuário é de 3,48 dólares – valor 121% maior do que o medido na Europa e sete vezes maior do que o obtido no Brasil (48 centavos de dólar).
É fácil entender de onde provém o novo desafio do Facebook, quando se leva em consideração outro dado. Nos endinheirados mercados americano e canadense, a rede já exibe sinais de fadiga. Segundo o site Quintly, que acompanha o tráfego na rede social, os Estados Unidos acumulam perda de 4,2 milhões de usuários nos últimos três meses, emagrecimento de 2,6% no total de 158 milhões de cadastrados. O mesmo acontece com o Canadá: queda de 1,2% no mesmo período. “Usuários desses países buscam experimentar novos serviços. Algumas funções da rede, por exemplo, recentemente passaram a enfrentar a concorrência de produtos baseados em dispositivos móveis, como WhatsApp e Path. Essas redes ganharam grande adesão”, afirma Brian Blau, analista de mercado da consultoria Gartner.
Atento a essa realidade, o Facebook já põe em prática novas estratégias. No início do ano, empenhou-se com afinco para apresentar um novo formato de buscas, uma reformulação em sua página inicial, além do lançamento de um aplicativo que permite acessar a rede sem a necessidade de acessar um browser ou aplicativo no dispositivo móvel. “São iniciativas para fazer com que seus usuários gastem mais tempo no site”, diz Marcelo Coutinho, professor da Fundação Getúlio Vargas. Outras novidades serão direcionadas ao mercado publicitário. A principal delas é controversa: a inclusão de anúncios em vídeos. Especula-se que essas peças seriam reproduzidas automaticamente, o que pode causar fúria em parte dos cadastrados. “Essas novas funcionalidades vão abastecer não só os mercados emergentes, mas os mais desenvolvidos, sedentos por novidades”, diz Coutinho.
Continua após a publicidade
1/5 <p></p> (Reprodução/VEJA/VEJA)
2/5 <p></p> (Reprodução/VEJA/VEJA)
3/5 <p></p> (Reprodução/VEJA/VEJA)
4/5 <p></p> (Reprodução/VEJA/VEJA)
5/5 <p></p> (Foursquare/VEJA/VEJA)
A companhia também mira em um setor que carece de atenção no universo digital: pequenas e médias empresas (PMEs). “Estou muito animada com o crescimento desse setor”, já avisou a chefona Shery Sandberg, vice-presidente de operações do Facebook. Seu entusiasmo não ocorre à toa, é claro. Em seis meses, esse núcleo não poupou esforços na rede: produziu mais de 7,5 milhões de posts patrocinados na rede. É mais uma nova fonte de receita para o site. No mesmo período, houve um salto de 100% na criação de páginas do setor, chegando à marca de 16 milhões de fan pages. Só na América Latina, espera-se que esse setor invista 7,6 bilhões de dólares em anúncios on-line.
Neste cenário, o Brasil – que concentra o segundo maior público da rede, com 73 milhões de usuários -, terá papel importante. “É uma área tão relevante que a empresa montou uma diretoria específica para o país”, explica Paula Bellizia, executiva recém-recrutada pela companhia para comandar a área. A expectativa é que o time seja triplicado nos próximos meses. “Estamos comprometidos em criar soluções significativas e dar continuidade a essa experiência, que terá sucesso”, disse ao site de VEJA Alexandre Hohagen, vice-presidente do Facebook na América Latina. Os pequenos e médios empresários nacionais curtiram. A nave-mãe, na Califórnia, também.
O Facebook já mostrou que tem capacidade de vencer desafios. O mais recente, a migração rápida de usuários para dispositivos móveis, parece contornado. O problema foi sentido depois da abertura de capital na bolsa. O serviço não se preparou a tempo para a migração: seus populares aplicativos móveis não exibiam anúncios. O resultado foi óbvio. Os papéis da companhia sofreram uma desvalorização aguda e chegaram a perder até metade de seu valor. A companhia reagiu e apresentou novos apps para os dispositivos – hoje, os ganhos com publicidade nesses aparelhos respondem por 30% da renda publicitária do serviço.
Ainda assim, o desafio à frente é mesmo grande. Entre a data oficial da abertura de capital, 18 de maio de 2012, e a última quinta-feira, o valor de mercado do Facebook caiu 32%, segundo relatório produzido Felipe Godoi, diretor da Confrapar, principal gestora brasileira de fundos de investimento para empresas de tecnologia. Assim, o Facebook valia 63 bilhões de dólares. No mesmo período, seus maiores rivais apresentaram crescimento: Google (51%), Amazon (24%), LinkedIn (84%) e Microsoft (16%). O tombo da rede só foi acompanhado pela Apple – decréscimo de 18%. “Havia uma expectativa enorme com a entrada do Facebook no mercado. Isso elevou seu valor para algo em torno de 100 bilhões de dólares”, explica Godoi. “Se a avaliação tivesse ficado em 80 bilhões, a desvalorização medida em um ano teria sido evitada.” Como as demais empresas de capital aberto, o Facebook terá de mostrar que seu futuro é tão ou mais promissor que o presente. Portanto, ampliar a rentabilidade entre os mercados emergentes, justamente os que mais crescem no universo Facebook, é uma necessidade.