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O engenheiro que tem de conter o Facebook no Brasil

Chefe do Orkut, o brasileiro conta como pretende fazer aqui o que o Google não conseguiu no resto do mundo: manter sua rede social na liderança

Por Rafael Sbarai
3 mar 2011, 23h23

“O usuário do Orkut pode esperar por grandes novidades no site no primeiro semestre deste ano”

Aos 39 anos, o engenheiro brasileiro Victor Ribeiro tem uma das mais duras tarefas pela frente. Responsável pelo comando do Orkut, rede social do Google, ele tem de conter, no Brasil, o avanço do rival Facebook – maior site do gênero no planeta, líder em praticamente todos os mercados em que está presente. A briga pelo mercado doméstico de redes sociais é a face mais visível de uma guerra maior, travada no mundo entre Google e Facebook pela atenção dos usuários e pela publicidade da internet – e, é claro, por dinheiro (confira números).

Há poucas semanas, o Facebook mostrou que 2011 será mesmo um ano de embates. A rede construída por Mark Zuckerberg enfim decidiu investir de forma representativa no Brasil, tomando do Google Alexandre Hohagen, seu principal executivo no país (e segundo homem mais forte na América Latina). Para contra-atacar, Ribeiro promete mudanças no Orkut, como mais recursos, que incluem o aperfeiçoamento do acesso à rede a partir de celulares, ferramentas específicas para tablets e relatórios de medição de audiência e interatividade. “O usuário do Orkut pode esperar por grandes novidades no site no primeiro semestre deste ano”, promete. E complementa: “O Orkut é casado com o perfil do brasileiro. Nossa rede social é uma mesa de bar.” Confira as novidades na entrevista a seguir, feita a partir de perguntas da reportagem e também por questões enviadas por participantes da comunidade de VEJA no próprio Orkut.

Tabela

VEJA: Uma rede social pode sobreviver praticamente em um país só, como acontece com o Orkut hoje no Brasil?

Ainda temos uma boa parcela de usuários que acessa o Orkut fora do Brasil. Só não lideramos mais o setor em alguns países. Mas penso que cada rede social tem um determinado nível de comprometimento. E o Orkut é casado com o perfil do brasileiro. Nossa rede social é uma mesa de bar.

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Fabricio Piperno, de Londrina (PR): Quais são as medidas que o Orkut vai adotar para frear o crescimento vertiginoso de Facebook e Twitter?

O usuário do Orkut pode esperar por grandes novidades no site no primeiro semestre deste ano. Vamos apresentar novos recursos para celulares, além de melhorar funcionalidades que já foram apresentadas aos cadastrados, como fotos e comunidades. Nossa intenção é atender aos pedidos dos usuários mais ativos. Eles são os donos do Orkut. Posso adiantar que parte das inovações está em teste desde dezembro, mas ainda se destina a um público restrito.

VEJA: Qual é o número real de brasileiros cadastrados na ferramenta?

Não divulgar o registro é política interna do Google. Posso garantir que permanece ao redor de 50 milhões de cadastrados – cerca de 70% dos usuários de internet no país.

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Eduardo Henrique de Oliveira Elias, de Bauru (SP): Qual será a grande aposta do ano: aplicativos, nova interface, API aberta?

Teremos melhoria na usabilidade, com algumas funcionalidades inéditas na web. Adianto que o pacote atenderá pedidos do próprio usuário.

Décio Duarte, do Rio de Janeiro (RJ): O Orkut lançará algum aplicativo especial para uso em tablets com plataforma Android? E para o iPad?

Esses projetos estão no centro de nossas discussões e serão apresentados aos usuários no segundo semestre.

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Patrícia Moura, Rio de Janeiro (RJ): Existe projeto para criar relatórios para medir a interação entre consumidores e marcas, como fazem as Fan Pages do Facebook?

Nosso projeto é facilitar a vida de donos de comunidades que buscam se aproximar de seus seguidores com relatórios específicos que contribuam para aperfeiçoar o trabalho na rede social. Portanto, as ricas ferramentas de medição que o próprio Google oferece a seus usuários poderão ser usadas no Orkut.

Marcio Filipe, de Conselheiro Lafaiete (MG): Por que o site tem uma aceitação tão grande no Brasil?

O Orkut possui um perfil compatível com a variedade de pessoas que usam diariamente a rede social. Ele se tornou, em pouco tempo, o primeiro espaço virtual de conversas entre os brasileiros. Com a adesão de muitos usuários no país, ganhou um espírito nacional – e não global.

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Danilo da Silva Cabral, de Picos (PI): Em sua visão, que tipo de influência o Orkut exerce na vida dos usuários?

Seguindo o princípio de rede social, o Orkut aproxima as pessoas. Mas o site também desempenha um importante papel de dar voz a um público anônimo, que ali tem a possibilidade de se expressar de forma democrática. É uma grande praça virtual.

Marcos Gama, de Cataguases (MG): Por que existe um limite de mil amigos para cada perfil? Isso força as pessoas a criar mais de uma conta no Orkut, mascarando o número real de usuários.

Limites de amigos e outras restrições impostas até agora serão revistas.

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VEJA: O Orkut, aos poucos, disponibiliza serviços com URLs customizáveis. Quando isso, de fato, chegará a todos os usuários?

Nas comunidades, esse recurso será apresentado rapidamente. No entanto, ainda estudo com a minha equipe a possibilidade de transferir essa funcionalidade aos usuários.

VEJA: Há quem aponte uma clivagem socioeconômica entre usuários de Orkut, na base da pirâmide, e Facebook, no alto. Você concorda?

Essa questão é bem debatida em rede, mas acredito que o Orkut seja um retrato fiel da população brasileira, e seu sucesso, o primeiro indício da democratização da internet no país.

VEJA: O que o Google perde com a saída de Alexandre Hohagen?

Hohagen é um grande profissional. Mas nossa estratégia e modelo de negócio permanece, respondendo sempre à nave-mãe, nos Estados Unidos.

Orkut versus Facebook
Orkut versus Facebook (VEJA)
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