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No Facebook, o usuário ainda tem mais poder que a máquina

O cientista de dados Eytan Bakshy comprovou que a escolha individual de clicar em um link, e não no outro, na rede social é o que determina de fato o que aparece no feed de notícias. E não os algoritmos da empresa.

Por Jennifer Ann Thomas Materia seguir SEGUIR Materia seguir SEGUINDO Atualizado em 24 Maio 2016, 16h10 - Publicado em 7 Maio 2015, 17h22

Eytan Bakshy, pesquisador da equipe de ciência de dados do Facebook, concluiu recentemente uma pesquisa na qual comprova que o algoritmo da rede social não é tão determinante quanto se pensava para selecionar o conteúdo que aparece no feed de notícias dos usuários. O estudo foi certificado pela respeitada revista americana Science. Mas é preciso ficar com um pé atrás, visto que Bakshy trabalha para o Facebook e, logo, pode ter ido atrás de provar o que é melhor para o negócio da empresa.

Confira a entrevista com o autor do estudo:

Como deram início à pesquisa? Em outro levantamento, de 2012, vimos que as pessoas têm tendência a receber mais informação de círculos sociais menos próximos do que dos mais próximos. Então, decidimos nos debruçar sobre o chamado “eco”, conceito pelo qual as pessoas só absorveriam opiniões iguais às suas. Estudamos o quão diversificado realmente é cada pequena rede social que se forma dentro do Facebook em torno de cada usuário. Essa equação incluiu fatores como “amigos”, “compartilhamentos”, “feed de notícias” e “cliques”.

De que forma foi feita a categorização de pessoas? No caso dos Estados Unidos, avaliamos pelo posicionamento político, já que temos apenas dois partidos: o democrata e o republicano. Cerca de 90% dos nossos usuários do Facebook declaram abertamente apoiar algum dos dois lados. Então, qual seria a porcentagem de amigos democratas de um republicano? Em média, é de 20% para qualquer um dos lados. Essa foi a base para calcularmos a diversidade nas redes sociais.

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E como avaliar as informações compartilhadas por cada um dos grupos? Precisávamos saber o que os indivíduos compartilhavam. Para isso, separamos as notícias quentes das frias, como guerra de entretenimento. Identificamos qual tipo de usuário compartilha qual tipo de conteúdo. Existe um volume equilibrado de ambos os lados. Democratas e republicanos publicam informações de forma semelhante.

Por que temos a sensação de interferência do Facebook no feed de notícias? As pessoas não fazem amigos de forma aleatória. Criam amigos na escola, no trabalho, no bairro. A rede social é estruturada de uma forma semelhante ao nosso ambiente real. Se dependesse mais dos algoritmos do que das pessoas, é fácil supor que nossos usuários teriam apenas como contatos pessoas similares a eles, não tão diversas quanto um republicado de um democrata. Portanto, descobrimos que o elemento humano continua a ser mais importante do que a máquina, mesmo com o uso de algoritmos. Desses 30% de conteúdo que é contrário ao lado ideológico de um usuário, ele ainda escolhe clicar em cerca de 25%. Um número alto. Assim como a escolha na hora de dar um clique, querer conteúdo mais diversificado depende das amizades do usuário na vida real, e não de um algoritmo.

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