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No Brasil, CEO do Snapchat estuda o mercado e experimenta caipiroska  

Evan Spiegel diz que 10% dos smartphones brasileiros possuem o aplicativo e garante que, nos Estados Unidos e na Grã-Bretanha, serviço já ultrapassou o Twitter

Por Renata Honorato
2 jun 2014, 15h30

Fundador do Snapchat, o americano Evan Spiegel foi protagonista de um daqueles episódios que vão da comédia ao constrangimento na velocidade da internet. Na semana passada, vazaram na rede e-mails de seu tempo de estudante da Universidade Stanford. Nos textos, Spiegel contava suas aventuras sexuais e não raro tratava as ex-colegas em termos nada elogiosos. Spiegel se desculpou após o vazamento, e até a universidade veio a público, rogando a seus alunos que não seguissem o exemplo. Evidentemente, o episódio não é abonador, mas não apaga o feito desse jovem de apenas 24 anos que criou o aplicativo de mensagens instantâneas que já reúne cerca de 60 milhões de pessoas, segundo dados não oficiais. Na semana passada, ele passou quatro dias no Brasil para estudar o mercado, entender por que 10% dos smartphones brasileiros possuem o serviço e, de quebra, experimentar a caipiroska. “Adorei!”, diz.

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O Snapchat permite o envio de mensagens (vídeos, textos e fotos) que são deletadas automaticamente tanto do dispositivo do remetente quando do destinatário segundos após o envio. “O Snapchat é uma rede para que amigos muito íntimos compartilhem conteúdo”, diz Spiegel. “As mensagens não ficam armazenadas no smartphone e também são apagadas dos nossos servidores.”

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No Brasil, Spiegel deveria visitar São Paulo para tratar de negócios, mas uma parada no Rio foi inevitável. “Fui ao ‘Big J’ (referência ao Cristo Redentor, o ‘grande Jesus’) – e bebi caipiroska. Adorei o Rio!”, diz, acrescentando que estranhou o fato de chegar ao país e não encontrar enfeites da Copa do Mundo espalhados pelos aeroportos.

Spiegel evita a imprensa nos Estados Unidos. “Os jornalistas adoram colocar números em suas manchetes”, diz. No Brasil, ele mantém a aversão às cifras. Não diz quantos usuários utilizam o Snapchat, tampouco confirma outro número: os 3 bilhões de dólares que Mark Zuckerberg, CEO do Facebook, teria oferecido para comprar sua criação. Ele diz que não tem planos de vender a empresa. “Minha equipe é muito boa e o Snapchat é mais do que um aplicativo”, diz. Para ele, o grande trunfo da rede é o fato de ela não vender os dados de seus usuários para anunciantes.

Durante a entrevista a VEJA.com, Spiegel anotou em seu iPhone todos os aplicativos citados durante a conversa. “Como se soletra? O que faz? Muita gente usa?”, questionava inquieto. “Estamos aqui para estudar e aprender. Ainda é cedo comentar qualquer plano para o Brasil”, despista. Com sua gerente de comunicação à tiracolo, explicou em tom professoral o funcionamento do Snapchat e suas vantagens em comparação à concorrência – que não é pequena no Brasil. O discurso segue o do Vale do Silício, a região da Califórnia que concentra as empresas de inovação: conciso, direto e claro. “Atendemos às necessidades de quem quer compartilhar algo apenas com poucos amigos e não com milhares de pessoas.” A indireta, é claro, é para o Facebook, que lançará nas próximas semanas um aplicativo similar ao Snapchat.

Sem revelar números, Spiegel garante apenas que o número de usuários do Snapchat nos Estados Unidos e na Grã-Bretanha já supera o de adeptos do Twitter nesses países. De acordo com estudo da Pew Research, 9% de todos os americanos possuem o app em seus smartphones. “Nosso objetivo agora é desenvolver o melhor produto e não fazer dinheiro. Os investidores acreditam nisso”, diz. Na despedida, Spiegel mostrou que deixa o Brasil levando algum aprendizado na bagagem. Ao dizer adeus, ensinou Mary Demyan Ritti, sua gerente de comunicação, a fazer o agradecimento pelo encontro em português. “Você é mulher e, por isso, deve dizer: ‘Obrigada’. Eu, por outro lado, devo dizer: ‘Obrigado’.”

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