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Informática e internet podem ajudar a preservar línguas ameaçadas de extinção

Oito dicionários criados, um deles da língua Siletz Dee-ni, têm mais de 32.000 palavras, objetos culturais e ao menos 24.000 registros sonoros

Por Da Redação
18 fev 2012, 10h50

A informática e a internet estão sendo utilizadas por povos e cientistas para salvar línguas ameaçadas de extinção. Isso porque equipes de linguistas vem criando programas e dicionários on-line, que podem ajudar a manter vivos milhares de dialetos. Essa tendência foi vista durante a apresentação de projetos em uma conferência de ciências em Vancouver, no Canadá.

Mais da metade dos cerca de 7.000 línguas e dialetos que ainda são falados no planeta terão desaparecido até o fim do século, vítimas de mudanças culturais, de repressão governamental e de outros problemas, segundo estimativas dos meios científicos.

David Harrison, professor de linguística na Universidade Swartmore, na Pensilvânia, é um dos principais responsáveis pela criação de oito dicionários especializados, dentro de um projeto promovido pela Sociedade National Geographic, que edita a revista homônima. Harrison apresentou seus trabalhos durante a conferência anual da Associação Americana para o avanço da ciência (AAAS, sigla em inglês), que é realizada desde a última quinta-feira em Vancouver, e que prossegue até a próxima segunda-feira.

“O efeito positivo da globalização faz com que hoje seja possível que uma língua falada por poucas pessoas e em alguns lugares muito isolados tenha, graças à tecnologia digital, uma presença e uma audiência planetária”, disse Harrison. Segundo ele, a extinção de línguas não é algo.

“As pequenas comunidades linguísticas enfrentaram a falsa escolha ao ouvirem que sua língua fora superada e que precisavam renunciar a ela para poder abraçar a modernidade”, criticou Harrison. Mas agora, “estes grupos linguísticos tomam consciência de que eles também podem ser cidadãos do mundo, aprender as línguas globais, como o inglês, conservando sua língua tradicional e os vastos conhecimentos” ancestrais vinculados a ela, disse.

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Preservação – Os oito dicionários criados para cada uma das línguas ameaçadas sobre as quais Harrison trabalhou têm mais de 32.000 palavras no total. Eles também possuem fotos de objetos culturais e ao menos 24.000 registros sonoros de frases e palavras pronunciadas pelas pessoas que falam fluentemente estas línguas.

Um destes dicionários é da língua Siletz Dee-ni, falada apenas em uma tribo ameríndia de Oregon, no noroeste dos Estados Unidos. Um de seus membros, Alfred Bud Lane, um dos últimos a falar normalmente esta linguagem, explicitou os méritos desta iniciativa. “O dicionário falante é, e será, um dos melhores meios que teremos para salvar a Siletz”, disse Lane. “Ensinamos a língua na escola do vale de Siletz dois dias inteiros por semana e agora nossos jovens aprendem mais rápido do que eu havia imaginado”, disse.

Entre as outras línguas contempladas nos projetos de dicionários da Sociedade National Geographic também aparece a Matukar Panau de Papua Nova Guiné, falada por 600 pessoas em apenas duas aldeias, e que nunca havia sido escrita ou registrada.

(Com agência France-Presse)

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