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Indústria busca ‘tela perfeita’ para smartphones e tablets

Tendência é que prevaleçam dispositivos cujas dimensões garantam imagens de alta qualidade e conforto do usuário

Por James Della Valle
4 nov 2012, 08h00

‘Os smartphones não ficarão tão grandes quanto os tablets de menor porte, com displays de 7 polegadas, enquanto que os tablets menores não ficarão tão pequenos quanto os smartphones de ponta, com telas de 4,8 polegadas.’

No último dia 23, a Apple apresentou ao mundo o iPad mini, seu tablet com tela de 7,9 polegadas. O que surpreendeu o mercado não foram exatamente as dimensões do dispositivo, que já tem rivais de tamanho similar, mas o fato de a companhia, comandada por Tim Cook, ter renegado um dos mandamentos de seu criador, Steve Jobs, para o segmento de tablets. Em 2010, ao lançar o iPad de 9,7 polegadas, Jobs pregara que aquela era a dimensão ideal, que melhor se adaptava às necessidades dos usuários, e que formatos menores estariam fadados ao fracasso. Contra a sua vontade, portanto, o iPad diminiu. O iPhone, por outro lado, cresceu. Sua tela passou, há cerca de dois meses, das originais 3,5 polegadas para 4. E a Apple não está sozinha nesses movimentos. O mercado de dispositivos eletrônicos portáteis busca o formato ideal para telas de tablets e smartphones.

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Segundo o analista, a mudança dos formatos é causada por evoluções pontuais nos hábitos dos usuários. “Nos primeiros anos da telefonia móvel com uso de dados, as pessoas só utilizavam celulares para checar e-mails. Com o passar do tempo, elas desenvolveram outros hábitos, como acessar vídeos e aplicativos e navegar pela web, tarefas que demandam telas maiores para a melhor interação”, diz. As empresas passaram, então, a investir na usabilidade de seus aparelhos. O que está em jogo é propiciar, , ao mesmo tempo, conforto na operação do dispositivo e qualidade na visualização das informações exibidas na tela.

Determinar o formato ideal dos dispositivos exige a solução de uma equação relativamente complexa, que tem como variáveis elementos ergonômicos, hábitos e custos. “Na era das telas sensíveis ao toque, para um smartphone ser de fato funcional, ele deve caber na palma da mão e permitir que seu proprietário execute todas as funções exibidas na tela valendo-se apenas do polegar”, afirma Alan Hedge, diretor do Laboratório de Fatores Humanos e Ergonomia da Universidade Cornell, em Nova York.

É um parâmetro tão simples quanto inteligente. Se faltar espaço para o polegar tocar com precisão nos elemento da tela, o dispositivo é pequeno demais. Se o polegar tiver dificuldades para atingir todos os cantos da tela enquanto o smartphone está na palma da mão, o aparelho é grande demais. O resultado disso é que, em comparação com os primeiros modelos, os atuais smartphones cresceram. O limite aceito atuamente está ligeiramente abaixo das 5 polegadas. Se passar disso, o aparelho impõe dificuldades à regra do polegar. É o caso do Galaxy Note, da Samsumg, híbrido de smartphone e tablet. Continue a ler a matéria.

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No caso dos tablets, a história é um pouco diferente. Concebidos especialmente para o consumo de conteúdo (vídeo, jogos e livros eletrônicos), eles não precisam obedecer à regra do polegar. Mas devem atender simultaneamente a duas demandas: exibir imagens em alta (ou altíssima qualidade) e manter o status de dispositivo portátil. Ou seja: devem ser facilmente transportados para lá e para cá pelo proprietário. Há quem resuma da seguinte forma: os tablets devem caber dentro da bolsa de seu dono. O lançamento da versão reduzida do iPad, com 7,9 polegadas, indica que os consumidores têm bolsas menores. Mas os analistas afirmam que, ao contrário do segmento de smartphones, onde um formato, o menor, deve perecer, entre os tablets haverá coexistência. Assim, há tanto modelos como o Nexus 7, do Google, e o Kindle Fire, da Amazon, com tela de 7 polegadas, quanto o iPad, de 9,7, e o Galaxy Tab 10.1, da Samsung, com 10,1.

Sarah Rotman Epps, analista da Forrester, companhia americana especializada em análise de mercados, afirma que a diversificação no segmento de tablets deve ser positiva para a indústria. “O primeiro iPad é muito pesado, problema que foi resolvido com a chegada da versão mini”, afirma a especialista. “Quanto menor o tablet, maior a chance de ele ser usado em outros lugares, especialmente fora de casa. Assim, o produto ganha potenciais consumidores.” A aposta é corroborada ainda por uma pesquisa realizada pela Forrester em agosto de 2012 que mostrou que apenas 20% dos usuários americanos com conexão às redes de telefonia celular o fazem em dispositivos com mais de 7 polegadas. Isso significa que a maioria dos consumidores não enxerga aqueles aparelhos como dispositivos móveis.

Com as duas regras em mente – a do polegar e a da bolsa -, Hedge, da Universidade Cornell, vaticina: “É possível prever que os smartphones não ficarão tão grandes quanto os tablets de menor porte, com displays de 7 polegadas, enquanto que os tablets menores não ficarão tão pequenos quanto os smartphones de ponta, com telas de 4,8 polegadas.” A novidade virá se a indústria apostar em novos formatos. É o que aposta Attila Belavary, analista da IDC. Ela afirma que os fabricantes já trabalham no desenvolvimento de aparelhos assemelhados aos tablets com telas que variam entre 12 e 13 polegadas. Utilizando o Windows 8, sistema operacional da Microsoft, esses produtos seriam destinados à produção e consumo de conteúdo. “Nós chamamos os produtos com as plataformas iOs, da Apple, e Android, do Google, de mídia tablets. Mas com a entrada do Windows 8, estamos incluindo os notebooks híbridos com teclado removível e tela sensível ao toque em uma nova categoria”, explica. Continue a ler a matéria.

Tablets
Tablets (VEJA)

A batalha sobre o formato dos dispositivos móveis não interessa só a fabricantes e consumidores. É vital para grandes atores do universo da internet, como Facebook e Google, por exemplo, além de todo o mercado publicitário, que precisa adaptar seus anúncos para esses dispositivos. E eles têm mostrado dificuldade no assunto. O Facebook, por exemplo, está às voltas com um de seus maiores desafios: exibir anúncios, que sustentam a rede social, em suas páginas em smartphones. Com a rápida migração de seus usuários para a plataforma, a empresa registrou uma desaceleração de receitas e agora promete tornar-se uma companhia essencialmente móvel para dar conta do recado. O Google sofre efeito semelhante. Como os anúncios exibidos em suas páginas em celulares são mais baratos do que os cobrados em versões para desktops, o gigante também viu sua receita encolher. A busca pela “tela ideal” interessa a todos.

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