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Espionagem e ciberataques fazem de “Watch_Dogs” um game atualíssimo

Título que coloca jogador na pele de hacker chega às lojas nesta terça-feira

Por Renata Honorato
27 Maio 2014, 13h58

Quando Watch_Dogs começou a ser desenvolvido pela Ubisoft, há cinco anos, Edward Snowden ainda não havia acusado a Agência Nacional de Segurança dos Estados Unidos (NSA, sigla em inglês) de bisbilhotar a vida de pessoas pelo mundo. A temática do game, no entanto, parecia prever problemas bastante contemporâneos como vigilância, ataques hackers e quebra de privacidade. Em Watch_Dogs, o jogador vive na pele do personagem Aiden Pearce, hacker capaz de invadir sistemas e controlar toda a cidade de Chicago a partir de seu smartphone. O game chega às lojas de todo o mundo – inclusive Brasil – nesta terça-feira por 200 reais.

Para a Ubisoft, Watch_Dogs é uma das principais apostas para 2014. Na onda de WikiLeaks, Anonymous e Snowden, o jogo retrata um futuro muito próximo em que todos os sistemas estão integrados a uma rede central de computadores vulnerável a invasões. Chicago não foi escolhida à toa, explica Thomas Geffroyd, diretor de conteúdo do jogo: “É a cidade americana com o maior número de câmeras de vigilância”, diz o canadense em entrevista ao site de VEJA.

Pearce é um ex-criminoso vítima de uma tragédia familiar. O personagem busca fazer justiça com as próprias mãos e utiliza todo o seu conhecimento em tecnologia para buscar respostas. A partir de um smartphone e de uma rede influente de colaboradores, ele manipula câmeras de segurança, sistemas de iluminação, semáforos, transporte público e tem acesso a informações pessoais dos cidadãos. Resta a ele – ou ao jogador – optar por usar ou não esses dados privados em benefício próprio.

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Watch_Dogs acontece em um mundo aberto a exemplo do que ocorre em Grand Theft Auto V. Isso significa que o jogador não precisa, necessariamente, apenas cumprir missões. Você pode simplesmente “passear” pela cidade, reproduzida fielmente, para explorar ruas e becos. Para atravessar Chicago e chegar à periferia da metrópole, os jogadores contarão com carros potentes e motos. Embora o espírito do jogo seja esconder-se dos inimigos – e para isso vale tudo, desde apagar as luzes da cidade até manipular semáforos e trens por meio de ciberataques -, o jogador tem à disposição mais de trinta modelos de armas.

Segundo o francês Bertrand Chaverot, diretor-geral da Ubisoft na América Latina, mais de 200 milhões de reais foram investidos no desenvolvimento do jogo. Seiscentas pessoas, de cinco estúdios espalhados pelo mundo, participaram da produção. O game chega ao Brasil totalmente traduzido para o português. Ainda de acordo com o executivo, o custo de localização do título para o idioma local foi de aproximadamente meio milhão de reais. A expectativa da companhia é vender mais de 400.000 cópias no país até o final do ano.

Watch_Dogs oferece cem horas de diversão e um de seus diferenciais é o modo multiplayer. O game adota o conceito “double screen”, em que uma pessoa jogando a partir de um tablet ou smartphone consegue interagir com um jogador do PlayStation 4 ou Xbox One. Segundo Chaverot, trata-se de um jogo com bastante conteúdo, capaz de chamar a atenção de um pai de família e também de seu filho adolescente, sedento por uma dinâmica ágil. “Watch_Dogs atende todas as idades porque seu tema é atual. Ele reúne ação e tecnologia”, explica o executivo.

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O game chega às lojas nas versões para PC, PlayStation 3, Xbox 360, PlayStation 4 e Xbox One. Um e-book chamado Watch_Dogs //n/ Dark Clouds será lançado simultaneamente e dará continuidade aos eventos do game. O livro também estará disponível no formato de aplicativo, em uma versão interativa, com conteúdos de áudio e foto, nos idiomas inglês, francês, alemão, italiano e espanhol. John Shirley, conhecido por obras de ficção científica como Everything is Broken e A Song Called Youth, é o autor do livro inspirado no game. A versão em português de Watch_Dogs //n/ Dark Clouds ainda não foi confirmada.

“Estereótipo hacker criado por Hollywood é péssimo”

Thomas Geffroyd

Diretor de conteúdo do game Watch_Dogs

Quem é o protagonista Aiden Pearce? Não há um personagem em especial que tenha inspirado a criação do personagem Aiden Pearce. A ideia é que esse protagonista permita ao jogador explorar todo o poder do hacking. Optamos por não dar ao Pearce uma personalidade muito forte para que que as pessoas possam se identificar com ele e tenham uma experiência como se fossem elas naquele universo. O jogador pode explorar a vizinhança de Chicago, hackear sistemas, se esconder ou lutar contra inimigos.

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Ele é um herói ou um anti-herói? Tudo depende de como você vai lidar com o Pearce. Ele pode ser um herói ou pode ser um personagem de honestidade duvidosa. O cenário de Chicago responde conforme o comportamento do jogador. Se o comportamento não for bom, toda a cidade ficará de olho em você e qualquer cidadão poderá acionar a polícia sob qualquer suspeita. Agora se você ajudar a solucionar um crime ou colaborar com a comunidade, então terá mais tempo de executar suas missões. Você é quem decide se vai se comportar como um herói ou um anti-herói.

Por que a Ubisoft escolheu Chicago como a cidade-sede de Watch Dogs? Algumas razões fizeram com que escolhêssemos Chicago. A cidade é a mais conectada da América do Norte com mais de 25.000 câmeras de vigilância espalhadas pela região. A polícia tem acesso a todos esses dados. Muitas universidades estão usando Chicago como exemplo quando pesquisam o uso da tecnologia nas grandes cidades. A região também sofre com a guerra das gangues e é bonita para ser recriada em um jogo. A escolha de Chicago, na verdade, foi fácil.

Como a Ubisoft estudou o universo hacker? É verdade que vocês se inspiraram no Anonymous para desenvolver o game? Não, não, não. Nós temos um grupo no jogo que se chama DedSec. Trata-se de um grupo muito orgânico, de rápido crescimento e também imprevisível, assim como o que acontece no 4chan ou com o próprio Anonymous. Nos inspiramos em um espectro da comunidade hackers. Temos os white hat, gray hat e red hat…

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Você chegou a frequentar conferências hackers para entender melhor esse universo? Fui a muitas conferências e fiz muitos contatos. Frequentei a DEF CON, que acontece todos os anos em Las Vegas, e contamos também com a ajuda de colaboradores na Rússia, especializados em segurança. Fizemos muitos amigos na comunidade hacker e tentamos ser plausíveis no jogo fugindo de estereótipos. A visão do hacker criada por Hollywood é péssima.

O que você descobriu de mais interessante no mundo hacker? Existe uma cultura hacker. Eles são muito inteligentes, possuem alto grau de conhecimento, tiveram uma educação de ponta. Eles se preocupam com muitos aspectos da sociedade e trocam ideias entre si para pedir conselhos. E eles são muito engraçados também (risos).

O que o jogador vai aprender sobre vigilância e privacidade após ter contato com Watch Dogs? O jogo não traz uma única resposta para questões que envolvam privacidade, proteção de dados ou vigilância, mas propõe o debate desses assuntos extremamente pertinentes hoje em dia. Oferecemos uma experiência de cidade conectada e não vamos opinar sobre temas complexos como segurança versus privacidade. A ideia do jogo é oferecer uma experiência. Uma ótima experiência, é claro.

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