Insta testa função para viciados, mas cria novidade viciante
O IGTV, novo app similar ao YouTube, é pensado para vídeos longos, feitos por famosos; mas, para quem assiste, representa mais horas online

Ao que tudo indica, o Instagram quer dar a seus usuários um maior controle do tempo que passam na rede social. Para isso, apresentou, em maio, um gerenciador de uso do aplicativo que está em fase de testes. O novo menu, o “Usage Insights”, permite ver quantas horas ou minutos foram gastos online e notifica o usuário quando for excedido um limite de tempo predeterminado. Para a empresa, a nova ferramenta é reflexo da preocupação sobre o vício em smartphones. “Estamos construindo ferramentas que ajudarão a nossa comunidade a saber mais sobre o tempo que passam no Instagram – todo o tempo deve ser positivo e intencional. Entender como o tempo online impacta as pessoas é importante, e é responsabilidade de todas as empresas serem honestas sobre isso”, escreveu o CEO do Instagram, Kevin Systrom, no Twitter.
No entanto, um mês depois de confirmar o recurso que deve ajudar quem se distrai por muito tempo no Instagram, a rede anunciou na quarta-feira 20, mais uma nova funcionalidade que, ironicamente, dificulta a vida dos viciados: um aplicativo nomeado de IGTV (integrado ao app principal do Instagram), pelo qual se compartilham vídeos de até 1 hora. O objetivo: concorrer com o YouTube (na prática, não é muito diferente do rival).
Assim, a rede social apontada pela Royal Society for Public Health (RSPH), em um estudo publicado em 2017, como a mais prejudicial à saúde mental dos jovens, justamente pelo fator viciante, tem um novo aliado para agravar a pecha de aplicativo dos adictos. Contudo, não é uma surpresa a plataforma se mostrar preocupada com a gestão de tempo no app em um momento, enquanto se move para manter os usuários online, noutro.
No passado, afirmava-se como uma plataforma de tão-somente compartilhamento de fotos, mas o surgimento de novas redes forçou o Instagram a se adaptar. Aí, tornou-se imbatível ao absorver inovações de concorrentes. O Vine, plataforma de vídeos de até 6 segundos do Twitter, morreu pouco tempo depois dos vídeos chegarem ao Instagram; o Snapchat teve seu diferencial vencido pelo Stories do Instagram.
Outros ajustes, como fotos retangulares, textos mais longos em comentários, links externos e GIF’s, deixaram a plataforma ainda mais genérica. Mas, pelo ponto de vista do mercado, mostrou-se uma estratégia assertiva. Principalmente na hora de manter a audiência interessada no aplicativo e garantir um plano B para Mark Zuckerberg frente à estagnação de usuários do Facebook, que viu seu crescimento trimestral cair de 17% para 3,5% no último relatório apresentado aos acionistas. Já o Instagram, no mesmo dia do anúncio do IGTV, comemorou o marco de 1 bilhão de usuários ativos e um crescimento de 5% por trimestre. Seria o Instagram o futuro Facebook?
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