O Brasil é o país que mais corre o risco de perder pássaros: 112 espécies estão ameaçadas de extinção. Os dados são do relatório da União Internacional para a Conservação da Natureza e dos Recursos Naturais (Iucn, sigla em inglês), divulgado nesta quinta-feira.
Entre os mamíferos que estão sob ameaça de extinção, o Brasil ocupa a quarta colocação, com 82 espécies em risco. Nos primeiros lugares aparecem a Indonésia, com 183, México, com cem e Índia, com 96 espécies.
Nos últimos 500 anos, 800 espécies de animais e plantas já desapareceram e, atualmente, cerca de 17.000 correm o risco de serem extintas. O Iucn analisou 44.838 espécies, o que representa apenas 2,7% do total existente � um péssimo indicador, pois se considerarmos a pequena proporção que fora estudada, o número de espécies que podem sumir pode ser muito superior ao conhecido hoje.
O principal motivo da ameaça das espécies terrestres é o desmatamento para a prática da agricultura, extração de madeira e desenvolvimento. Em seguida aparecem a caça e a destruição dos habitats.
As espécies marítimas também estão na “lista vermelha” da Iucn. O aquecimento global, poluição e a pesca desenfreada colocaram em risco seis das sete espécies de tartarugas marinhas e 27% das espécies de corais.
Ainda longe – A crise da biodiversidade que o ser humano está próximo de enfrentar é pior que a crise econômica, segundo o vice-diretor do Programa de Espécies da IUCN e editor do relatório, Jean-Christophe Vié.
“Quando os governos adotam ações para reduzir a perda de biodiversidade há alguns avanços, mas ainda estamos longe de reverter esta tendência. Os governos deveriam se esforçar tanto, ou mais, para salvar a natureza como se esforçam para salvar os setores financeiros e econômicos”, disse.