BIG quer fazer pelos games o que o festival Sundance faz pelo cinema
Mostra internacional de jogos independentes se encerra neste domingo em SP
A primeira edição do BIG, Brazilian International Game Festival, realizada no Museu da Imagem e do Som (MIS), em São Paulo, se encerra neste domingo. Respeitadas as devidas proporções, o evento pretende fazer pelos produtores independentes de games o que o Sundance Film Festival vem fazendo pelos do cinema desde 1978: revelar talentos e dar fôlego à produção surgida fora das grandes empresas do setor. Inscreveram-se no BIG 250 jogos completos, vindos de 21 países. Dos 19 expostos no MIS que concorrem no festival, apenas quatro são brasileiros. Haverá premiação para produções em dez categoriais: jogo, arte, som, narrativa, gameplay, revelação, jogo on-line, jogo (voto popular), jogo (Dev Island, atrações desenvolvidas em 24 horas) e demo.
Leia também:
A hora e a vez dos ‘indie games’
Documentário revela universo dos jogos independentes
Mostra no Rio explora a arte do videogame
O festival, primeiro do gênero no Brasil, foi inspirado em dois eventos internacionais, já tradicionais no setor independente: o International Festival of Independent Games (IndieCade) e o Independent Games Festival (IGF). Ambos são realizados nos Estados Unidos.
Segundo Eliana Russi, uma das organizadoras do BIG, o Brasil é quarto maior mercado consumidor de games no mundo, embora não exista no país uma indústria forte de desenvolvimento. “Percebemos que nenhum evento dava destaque à produção independente. O SBGames reúne a comunidade acadêmica e o BGS é focado em grandes lançamentos”, explica a executiva.
O iPad, o iPhone e os dispositivos que rodam com o Android (sistema operacional do Google) ajudaram os desenvolvedores independentes a fazer dinheiro com seus games. O papel do publisher, uma empresa que acolhe e dá fôlego ao título em desenvolvimento, já não é essencial para a comercialização dos jogos. Isso colabora para o surgimento de fenômenos como Angry Birds, atração desenvolvida por um estúdio independente da Finlândia.
Eliana inclui os games na cadeia de produção de audiovisuais. Por isso, defende que o setor receba apoio do governo e da academia com o intuito de fomentar a indústria local. “Incluímos workshops e palestras na programação para que todos esses agentes do ecossistema pudessem se conectar”, diz a organizadora.
O BIG também trouxe para o Brasil nomes importantes da cena internacional. Entre os convidados para a primeira edição do evento estão Jason Della Rocca, consultor canadense especialista no mercado de games, Fredrik Wester, da produtora sueca Paradox Interactive, Careen Yapp, da Konami, e Amanda Cinfio, da Gree.