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“Baidu não será motorista, mas motor do Peixe Urbano no Brasil”, diz executivo chinês

Em contrapartida, site brasileiro de ofertas locais será parceiro estratégico na expansão do "Google chinês" no país

Por Claudia Tozetto
12 out 2014, 12h20

Na última quarta-feira, o controle do site brasileiro Peixe Urbano passou para as mãos do Baidu, gigante chinês de buscas. O negócio marca o primeiro investimento direto da empresa estrangeira no Brasil, ao mesmo tempo em que alavanca o site de ofertas locais. “Ter o Baidu como sócio é a melhor forma de fazer nossos planos se tornarem realidade”, diz Julio Vasconcellos, fundador e CEO do Peixe Urbano. O site será capaz de investir em inovação com mais velocidade, em especial para dispositivos móveis, prioridade de ambas as empresas. O Peixe Urbano têm cerca de 25 milhões de usuários no país e quase metade de sua audiência vem de smartphones e tablets. “A migração dos usuários para dispositivos móveis vai atingir o Brasil, como já ocorreu na China. É só uma questão de tempo”, diz Yan Di, diretor-geral do Baidu Brasil.

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Gigantes chineses de tecnologia e internet estão chegando

Segundo Vasconcellos, o namoro entre as empresas foi rápido, durou apenas um mês. Desde o início de 2014, o Peixe Urbano buscava investidores como forma de viabilizar os planos da empresa que acabava de migrar do modelo de compras coletivas para um site de ofertas locais. “A operação estava crescendo, mas precisávamos de capital para acelerar mais”, diz Vasconcellos. Na mesma época, o Baidu, conhecido como “Google chinês”, planejava os próximos passos no Brasil. Após lançar seu buscador em português, em julho, a empresa passou a buscar um parceiro local e o Peixe Urbano logo entrou no radar dos chineses. “É uma marca consolidada no Brasil com milhões de usuários fieis e mais de 30.000 parcerias com estabelecimentos comerciais”, afirma Di.

A compra não deve ter impacto na equipe do Peixe Urbano nos próximos meses. O site vai continuar a operar de forma independente e com os mesmos executivos na liderança. Dessa forma, o Baidu pretende se beneficiar do conhecimento da equipe sobre o mercado local. “Não queremos ser o motorista, mas o novo motor potente do Peixe Urbano. Vamos impulsionar essa máquina com tecnologia, conhecimento e capital para torná-la mais saudável”, diz o executivo. O Peixe Urbano deve se tornar parte fundamental da estratégia local do Baidu para comércio eletrônico no país, embora ainda não haja uma data para a integração entre os dois serviços. “O Baidu traz muito conhecimento e tecnologia, mas sabe que o mercado brasileiro é muito diferente do chinês e é preciso adaptar a estratégia para o mercado local”, diz Vasconcellos.

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Na China, o Baidu domina com folga o mercado de buscas, com mais de 80% de participação, e já atua fortemente no comércio eletrônico. A ferramenta de busca exibe ofertas quando o usuário pesquisa sobre um produto ou serviço. É possível concluir a compra na mesma página, sem acessar uma loja virtual. Além disso, apps do Baidu, como o Connect, notificam os chineses sobre promoções via smartphone. “Investimos muito em serviços geolocalizados. Os apps do Baidu sabem onde o usuário está e oferecem serviços e ofertas”, explica Di. Para ganhar mais força frente aos rivais, como o Alibaba, o Baidu também expande os negócios na China. Em janeiro, a empresa pagou 160 milhões de dólares para assumir o controle da loja on-line Nuomi. O site será incorporado à estrutura da empresa até o final deste ano. “Com a ajuda do Baidu, a Nuomi faturou mais de 1 bilhão de reais no primeiro semestre de 2014”, afirma Di.

O Baidu não revela planos de adquirir ou investir em outras empresas brasileiras. “Queremos nos tornar um grande competidor, mas são muitos os caminhos possíveis para alcançar esse objetivo. Não descartamos a possibilidade de fazer aquisições no Brasil, mas é preciso avaliar caso a caso”, afirma. Em julho, durante a visita de Xi Jinping, presidente da China ao Brasil, o Baidu anunciou planos para investir 120 milhões de reais no país ao longo dos próximos três anos – resta saber como a empresa pretende gastar o montante. “Sentimos que o mercado brasileiro é muito carente de tecnologia de ponta. Queremos contribuir não só com o Peixe Urbano, mas com o crescimento de toda a internet brasileira”, afirma Di.

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