Ativista instala peito gigante em frente a escritório do Facebook
Iniciativa integra protesto contra diretrizes puritanas do site. O seio inflável foi colocado na porta da sede londrina
No último dia 17, diversos ativistas trabalharam juntos para colocar um seio inflável enorme na frente da sede do Facebook em Londres. A intenção era protestar contra as rígidas diretrizes da plataforma em relação a imagens de nudez.
A manifestação foi liderada por Vicky Martin, tatuadora médica cuja especialidade é recriar, por meio do desenho na pele, a aparência de aureolas em pessoas que passaram por mastectomias decorrentes do câncer de mama. A página de Vicky no Facebook, que mostrava seu trabalho e imagens de clientes, foi recentemente suspensa por violar regras da rede social, criadas para proibir nudez.
Depois de falhar na tentativa de recuperar a página, a tatuadora resolveu colocar um peito inflável, com mamilo e tudo, na porta do escritório da empresa de Zuckerberg na capital britânica. No balão, liam-se as palavras “Isso é arte”.
Segundo Vicky, o assunto é muito sério. “É sobre dar direitos às mulheres, para poder mostrar a elas que podem ser completas novamente, após uma jornada tão longa (em relação ao câncer de mama)”, disse em entrevista à BBC.
O Facebook é conhecido por ter diversas proibições categóricas quanto ao que é publicado nele. Anteriormente, na coluna A Origem dos Bytes, VEJA já havia relatado que a maior exposição permitida no site é a de um quarto de um mamilo, por exemplo.
Depois do protesto, o Facebook suspendeu a proibição à página da tatuadora, afirmando que o algoritmo a havia selecionado por engano e que ela não deveria ter sido suspensa. Um porta-voz da empresa ainda pediu desculpas em nome da rede social.
O tipo de censura praticado pelo site é reflexo de uma internet muito diferente da que tínhamos há alguns anos. Se anteriormente a rede era como uma espécie de santuário da liberdade, onde quase tudo era permitido, atualmente ela apresenta diversas diretrizes que devem ser seguidas por seus membros. O assunto também já foi abordado na coluna A Origem dos Bytes.