Anonymous e LulzSec atacam Sabu, o cracker dedo-duro
Grupos reagem à notícia de que ex-líder coopera com o FBI para desbaratar criminosos e promovem ataque virtual a site de empresa de segurança
Os crackers Anonymous e LulzSec reagiram à informação de que um líder do segundo grupo está cooperando com autoridades para desbaratar as ações criminosas. Na madrugada desta quarta-feira, o Anonymous invadiu virtualmente o site da empresa espanhola de sistemas antivírus Panda Security, que ajudou a Polícia espanhola a prender crackers em fevereiro.
No centro da questão está o americano Hector Xavier Monsegur, conhecido como Sabu, uma das lideranças do LulzSec. Preso em meados de 2011, ele vem cooperando desde então com o FBI, a polícia federal americana.
Em resposta, os crackers publicaram uma mensagem no site da Panda Security: “Sabemos que Sabu nos dedurou. O FBI ameaçou separá-lo de seus filhos. Nós entendemos, mas também somos família – lembra do que costumava falar?”, diz a mensagem, referindo-se à prática de Sabu de chamar os membros do LulzSec de “irmãos” no Twitter. “Não conseguimos imaginar como é a sensação de se olhar no espelho e ver o rosto de alguém que vendeu seus amigos à Polícia.” Os crackers também publicaram e-mails e senhas de funcionários da Panda e oferecem apoio aos membros detidos.
Sabu é acusado de praticar 12 crimes – incluindo ataques virtuais às empresas Visa, Mastercard e Sony. As acusações poderiam motivar uma pena de 124 anos de prisão. O cracker, que tem 28 anos de idade, se declarou culpado em agosto e concordou em cooperar com as autoridades americanas. Em troca, deve ter a pena reduzida.
Depois do acordo, ele continuou participando de ações crackers, como o vazamento de diversos e-mails da empresa de inteligência e análise estratégica Stratfor ao site Wikileaks. O objetivo é que ele atuasse como uma espécie de agente infiltrado, repassando informações às autoridades.
Racha cracker – As consequências da divulgação da delação premiada de Sabu dividem os analistas. Há quem acredite que será um duro golpe nos crackers; há quem julgue que o fato vai motivá-los ainda mais. “Vai ser muito difícil para o Anonymous se recuperar de uma traição tão grande”, disse Mikko Hypponen, pesquisador da área de segurança da empresa F-Secure, ao jornal americano The New York Times. Já Graham Cluley, consultor da companhia Sophos, aposta no contrário. “Existem muitas pessoas que simpatizam com o Anonymous e que continuarão os ataques”, disse Cluley, em entrevista ao jornal inglês The Guardian.