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“Abaixo o machismo nas redes”, diz criadora do app de paquera Bumble

Bilionária, Whitney Wolfe faz sucesso com fórmula para encorajar as mulheres a dar o primeiro passo nos relacionamentos

Por Julia Braun Materia seguir SEGUIR Materia seguir SEGUINDO 26 mar 2021, 06h00

Por que, depois de ajudar a fundar o Tinder, decidiu criar um concorrente? Saí do Tinder depois de ser alvo do assédio sexual de um colega. Aí, começaram a pipocar na internet umas mensagens de ódio por eu ter exposto o caso e caiu a ficha pra mim: ainda há muito machismo no mundo de hoje, dentro e fora das redes, e queria criar algo para combater esse comportamento on-line tóxico, em que o homem, em geral, se põe no comando da paquera.

E conseguiu? Vejo isso de forma clara em países de cultura mais patriarcal, onde as mulheres não são muito encorajadas a usar a própria voz, como Índia e Brasil. No Bumble, após o match, só elas podem dar o primeiro passo e enviar mensagens, assumindo o controle do papo. Se não for adiante, ele é deletado em 24 horas — um estímulo para que persistam, sem timidez. Também empregamos inteligência artificial para desfocar imagens explícitas não solicitadas, que mulheres recebem com boa frequência, e monitoramos perfis e chats para detectar linguagem preconceituosa. Quem desrespeita a regra mais de uma vez é removido.

Por que considera importante que as mulheres tomem a dianteira em um app de paquera? Elas ouviram por muito tempo que deveriam sentar e esperar que o homem se aproximasse, do contrário eram loucas e carentes. Quando dão o primeiro passo na internet, têm a chance de definir o tom da conversa e assumir mais as rédeas sobre as interações. Acredito que isso possa ecoar, inclusive, em outros departamentos da vida.

Os homens têm aprovado esse mecanismo? Sim. Do ponto de vista deles, ao invertermos a dinâmica tradicional de gênero, acabam se sentindo menos pressionados a agir agressivamente para encontrar uma parceira romântica.

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Acha que a web terá um papel cada vez maior nas relações amorosas? Pelo estilo de vida corrido e tanta gente presente nas redes, acredito que sim. Nesse sentido, a pandemia deu um grande empurrão: nossas pesquisas mostram que, no atual contexto, metade das pessoas prefere ter o primeiro encontro por chamada de vídeo. A facilidade que o universo on-line proporciona ficou em evidência e essa percepção não desaparecerá.

Em fevereiro, a senhora surgiu como a bilionária mais jovem do planeta na revista Forbes. Era o que perseguia? Gosto muito do que conquistei. E ainda teve mais: no ano passado, além de me preparar para o IPO, fui mãe pela primeira vez. Eu me permiti ficar vulnerável e buscar apoio quando estava sobrecarregada. Mulheres e mães à frente de grandes empresas devem ser a norma, e não a exceção.

Publicado em VEJA de 31 de março de 2021, edição nº 2731

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