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99Taxis promete distribuição ‘inteligente’ de taxistas

Segundo CEO, uso de dados dos usuários vai ajudar a melhorar o trânsito

Por Guilherme Pavarin
11 fev 2015, 18h10

O fundador e CEO do aplicativo 99Taxis, Paulo Veras, quer liderar uma reforma na circulação dos táxis nas grandes cidades do país. Dono de uma plataforma presente nos smartphones de 2,5 milhões de passageiros e de 100.000 taxistas, o engenheiro pretende usar, a partir dos próximos meses, a imensa quantidade de dados de usuários coletada por sua tecnologia para tornar o tráfego “muito mais inteligente”.

A primeira parte da renovação, afirmou ao site de VEJA, deve vir a público entre abril e maio, quando inaugurará um recurso que distribuirá melhor os taxistas pela capital paulista – onde a empresa detém 75% das corridas por aplicativo. “Nosso sistema entende quando há mais gente pedindo táxi do que carros disponíveis em uma determinada região, e também o inverso”, afirma. “O que faremos é usar esses dados para informar em tempo real o taxista e ajudá-lo a se deslocar”.

No momento em testes internos, a tecnologia servirá, segundo Veras, para que as pessoas esperem menos pelos pedidos e, também, para que os taxistas economizem tempo e gasolina. “A viagem dos motoristas nunca será perdida”, diz. “Eles saberão, antes de ir ao bairro, se há corridas disponíveis por lá ou se a concorrência está muito alta.”

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A escolha da capital paulista como pioneira se deve à alta adesão da plataforma pelos taxistas locais. Segundo dados da companhia, 29.000 dos 34.000 motoristas de táxi cadastrados na cidade – ou 85% – possuem o aplicativo. O plano é que a tecnologia se amplie para o resto do país até o fim do ano. Depois, no que julga ser a continuação do projeto de auxiliar na inteligência do trânsito, Veras pretende acoplar uma ferramenta de transmissão em tempo real de dados de congestionamento das vias no aplicativo. Ainda não definido por completo, o formato deve se assemelhar ao popular app de navegação Waze e trabalhará junto das companhias de tráfego. “Estamos estudando meios de colaborar com as prefeituras para tornar o trânsito mais eficaz, mais fluído”, afirma Veras.

Os recursos estão entre os primeiros a ser implementados depois do aporte que a companhia recebeu no início do mês do grupo americano Tiger Global Management, um dos maiores investidores em internet e tecnologia móvel do mundo. O valor, protegido por contrato, diz Veras, já está sendo usado para ampliar a estrutura. Hoje com 100 funcionários, a companhia deve chegar a 150 até abril – só de desenvolvedores, o número saltará de 7 para 20. Eles servirão para implementar novas soluções de pagamento, novas formas de publicidade e novos recursos de conversação dentro do aplicativo nos próximos meses.

Dados e privacidade – Com o maior uso dos dados dos usuários por parte da 99Taxis, é inevitável surgir o questionamento acerca da privacidade. Ao se cadastrar no aplicativo, a plataforma tem acesso ao nome, número telefônico e cadastro do usuário nas redes sociais. Os registros das corridas também poderiam extrair informações relevantes, como endereço da residência e hábitos. Veras garante, porém, que o aplicativo não cede nem informará nenhum dado a terceiros. “Muitas empresas nos procuram interessadas em comprar mailing de taxistas e de passageiros, mas nós não cedemos. Temos um compromisso sério com a privacidade dos usuários.”

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Outro problema relacionado aos dados que preocupa muitos passageiros diz respeito às informações que ficam disponíveis para os taxistas. Quando uma corrida é confirmada, o motorista sabe não só o endereço do usuário, mas também nome, sobrenome e telefone, que serviriam, na teoria, para facilitar o contato entre as duas partes. O problema é que na prática, de acordo com relatos publicados em redes sociais, taxistas com 99Taxis e aplicativos similares, como o Easy Taxi, usam o contato de mulheres para assediá-las com ligações e mensagens. Para tentar resolver a questão, Veras diz que criará um canal direto de comunicação entre passageiro e motorista, uma espécie de chat dentro do app, que dispensará o acesso a qualquer informação do cliente. O recurso deve ser lançado também no primeiro semestre de 2015.

Monetização e concorrência – No começo do ano passado, os aplicativos para marcar corridas de táxi estavam na casa das dezenas. Em 2015, o mercado se concentrou em apenas duas: Easy Taxi e 99 Taxis. Enquanto a primeira foca sua expansão no exterior, operando em 33 países, a 99Taxis busca se firmar como líder do setor no Brasil. De acordo com pesquisa interna, 66% de todas as corridas nacionais via aplicativos são feitas pela criação de Veras. O outro país em que a companhia atua desde o meio do ano passado é Portugal, onde ainda não conquistou números expressivos.

Segundo o CEO da 99Taxis, a operação rende cada vez mais dinheiro, porém ainda não se paga. Hoje a receita da empresa vem da intermediação dos pagamentos via PayPal e também por meio da solução de transporte que oferece aos clientes corporativos. “Enquanto aumentamos a receita, queremos trazer mais gente e continuar crescendo rápido”, diz Veras. Ele afirma que abrirá escritórios em Porto Alegre, Rio de Janeiro, Belo Horizonte, Recife e Salvador. O plano é, com a ajuda da publicidade, aumentar a porcentagem de brasileiros que usam aplicativo para pegar táxi. Hoje apenas 10% das corridas são feitas via plataformas virtuais. O plano, reforça Veras, é um só: expandir.

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