Vírus pode levar ao desenvolvimento do diabetes tipo 2

O citomegalovírus, que tende a ficar inativo no corpo, pode causar inflamações que aumentam os riscos da doença

Por Da Redação
28 ago 2012, 20h52

Controle do diabetes: pacientes com a doença devem monitorar as taxas de açúcar no sangue constantemente (Jeffrey Hamilton/Thinkstock/VEJA/VEJA)

O citomegalovírus (CMV), que pertence à família do vírus do herpes e da catapora, permanece inativo pelo maior parte da vida na maioria das pessoas que foram infectadas. Mas, em alguns casos, ele pode se tornar ativo a qualquer momento. Um novo estudo publicado no periódico Immunity and Ageing descobriu que a presença do CMV é um importante fator de risco para o desenvolvimento do diabetes tipo 2 em idosos.

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CITOMEGALOVÍRUS (CMV)

O vírus pertence a mesma família que causa a catopora e o herpes simples, genital e zóster. Os sintomas podem variar, mas incluem mal-estar, febre, dor de garganta e problemas digestivos, no sistema nervoso e na retina. Sua transmissão acontece por via respiratória, por transfusão de sangue, da gestante para o feto, por via sexual e pelo compartilhamento de objetos. O tratamento pode ser feito com o uso de antivirais.

Obesidade, sedentarismo e o envelhecimento são fatores conhecidos por sua associação com a resistência à insulina, um dos primeiros sinais de risco para o diabetes tipo 2. No entanto, apenas um terço das pessoas com resistência à insulina chega a desenvolver a doença. Acredita-se que a genética e fatores ambientais tenham uma importante ação na escolha de quais pacientes resistentes à insulina chegarão ao diabetes.

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A presença de inflamação no corpo, no entanto, também pode influenciar no desenvolvimento da doença. Pessoas com diabetes tipo 2 normalmente têm níveis elevados de marcadores biológicos para inflamação – como um vasto número de células brancas ativas no sangue.

Inflamações crônicas, incluindo a presença de CMV no corpo, podem estressar o sistema imunológico. Quando a equipe de pesquisadores, composta por profissionais das Universidades de Tubingen e de Leiden, comparou a regulação da glicose com anticorpos para CMV em mais de 500 participantes idosos, descobriu que a presença do vírus estava diretamente relacionada com o desenvolvimento do diabetes tipo 2.

Os pesquisadores sugerem que o CMV pode agir tanto diretamente nas células do pâncreas ou indiretamente, ao levar o sistema imunológico a atacar o órgão. Os idosos são mais propensos à ação do vírus, porque estiveram por mais tempo em contato com o organismo. Apesar do levantamento não ter extrapolado os resultados para a população em geral, parece provável aos pesquisadores que controlar as infecções por CMV pode reduzir os riscos de doenças mais tarde na vida, como o diabetes.

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