Vacinas de Oxford e da Pfizer são eficazes contra variante brasileira
Estudo preliminar aponta que a cepa P.1, identificada em Manaus, é suscetível à vacina, o que torna a variante sul-africana a mais preocupante
Um estudo preliminar revelou que as vacinas de Oxford e da Pfizer são eficazes contra a variante P.1, identificada em Manaus. De acordo com pesquisadores brasileiros e da Universidade de Oxford, no Reino Unido, a descoberta indica que a cepa da África do Sul é a mais preocupante, já que ela se mostrou menos vulnerável aos anticorpos gerados pelos imunizantes já existentes.
No estudo, publicado recentemente na plataforma bioRxiv, os pesquisadores usaram amostras de sangue de pessoas na Grã-Bretanha que haviam sido imunizadas com as vacinas de Oxford-AstraZeneca ou da Pfizer-BioNTech e de pessoas que já haviam contraído a doença para avaliar a capacidade de neutralização da variante P.1.
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Os resultados mostraram uma redução de quase três vezes no nível de neutralização por anticorpos gerados pelas vacinas para a variante P.1. A quantidade é semelhante à observada contra a variante britânica e superior à da cepa sul-africana. O que, segundo os cientistas, indica que as vacinas atuais também protegem contra essa variante. Vale lembrar que como é preliminar, o estudo ainda precisa ser revisado por pares e publicado em uma revista científica.
A descoberta é extremamente positiva, já que havia uma preocupação que a cepa brasileira tivesse um comportamento mais semelhante à da África do Sul, que é menos suscetível às vacinas, do que à britânica. Além disso, a vacina de Oxford é uma das duas que estão sendo usadas no Brasil.
A da Pfizer, apesar de ter sido a primeira a receber o registro definitivo da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa), ainda não está disponível no país. Na segunda-feira, 15, o ministro da Saúde Eduardo Pazuello anunciou a oficialização da compra de 100 milhões de doses do fármaco desenvolvido em parceria com a BioNTech. A previsão é que o primeiro lote chegue ao país em abril.
Por outro lado, o estudo ressalta a importância do desenvolvimento de novas vacinas ou doses de reforço contra a variante B.1351 da África do Sul. “Nós acreditamos que desenvolver vacinas contra a B.1351 é a maior prioridade”, escreveram os pesquisadores.
As empresas americanas Pfizer e Moderna já estão conduzindo estudos para avaliar novas estratégias de vacinação contra a variante sul-africana. A Pfizer e a BioNTech avaliam se uma terceira dose do imunizante, administrada de 6 a 12 meses após as doses anteriores, melhora a resposta imunológica contra a cepa. Já a Moderna, avalia uma versão atualizada do imunizante especialmente para a variante B.1.351.