A vacinação acelerou e a pandemia do novo coronavírus começou a perder força no Brasil. Até esta sexta-feira, 16, 87,8 milhões de pessoas receberam ao menos uma dose da vacina. O que corresponde a 41,8% da população. Destas, 15,7% já completaram o esquema vacinal com duas doses ou com a dose única da Janssen. As curvas de novos óbitos e casos continuam a cair, assim como a taxa de transmissão, que essa semana atingiu o menor patamar desde novembro.
Mas especialistas, estudos científicos e o cenário epidemiológico de outros países apontam para a necessidade de manter as medidas de prevenção não farmacológicas, como uso de máscara, higienização das mãos e distanciamento social, para controlar a pandemia.
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“Já está provado que a vacina sozinha não acaba com a epidemia. O comportamento da população, com o uso de máscara, higienização das mãos e distanciamento é um fator primordial. Tanto que mesmo com vacina, o Reino Unido fez lockdown no início desse ano.”, diz a pesquisadora brasileira Sue Ann Costa Clemens, professora da Universidade de Oxford, no Reino Unido, que coordena os estudos com as vacinas de Oxford e da Clover no Brasil, além de ser a única brasileira no grupo de especialistas que fez recomendações em estratégias de saúde pública para os ministros da saúde do G7.
Países como Estados Unidos, Israel e Reino Unido, decidiram relaxar as restrições, incluindo a não obrigatoriedade do uso de máscaras quando atingiram uma alta taxa de vacinação. Entretanto, nas últimas semanas, estes países viram o número de novos diagnósticos de Covid-19 aumentarem consideravelmente com a disseminação da variante Delta, identificada na Índia. Por outro lado, não houve aumento significativo no número de hospitalizações e mortes, o que aponta para a proteção dos imunizantes contra desfechos graves da doença.
Por outro lado, levanta o alerta para os riscos da suspensão das medidas de mitigação enquanto ainda há transmissão ativa do vírus. A Organização Mundial da Saúde (OMS) recomenda que todas as pessoas, até aquelas que estão totalmente vacinadas, continuem usando máscaras para conter o avanço de cepas mais contagiosas, como a Delta.
“Os cuidados continuam os mesmos que antes, mesmo na população já vacinada com duas doses, já que a vacina reduz a gravidade mas não reduz a possibilidade de infecção e consequente transmissão. Israel e Reino Unido observaram aumento do número de casos, mas não internação, em quem tinha duas doses. Mas observou internação em quem tinha apenas uma dose”, alerta o infectologista e epidemiologista Bruno Scarpellini, da PUC-RJ. Daí a importância de completar o esquema vacinal no intervalo correto.
Confira o avanço da vacinação no Brasil: