Tempo de gestação pode determinar desempenho escolar ao longo da infância
Crianças que nascem na 37ª ou 38ª semana de gestação chegam a ter 23% mais chances de apresentar dificuldades de leitura do que aquelas que nascem entre a 39ª e 41ª
Bebês que nascem na 37ª ou 38ª semana de gestação, embora estejam dentro do período considerado normal de gravidez, podem ter um desempenho escolar ao longo da vida pior do que os que nascem entre a 39ª e 41ª semana, concluiu uma nova pesquisa feita na Universidade de Columbia, nos Estados Unidos. Essa é a primeira vez em que um estudo sugere tal efeito negativo em relação a esse período de gestação. Antes, o prejuízo só havia sido associado a prematuros tardios, ou seja, aqueles que nascem após 34 a 36 semanas de gravidez.
CONHEÇA A PESQUISA
Título original: Academic Achievement Varies With Gestational Age Among Children Born at Term
Onde foi divulgada: revista Pediatrics
Quem fez: Kimberly Noble, William Fifer, Virginia Rauh, Yoko Nomura e Howard Andres
Instituição: Universidade de Columbia, Estados Unidos
Dados de amostragem: 128.050 crianças
Resultado: Em comparação com crianças que nasceram entre a 39ª e a 41ª semana de gestação, as que nasceram na 37ª ou 38ª semana apresentam até 23% mais chances de terem dificuldades de leitura, além de um pior desempenho nas provas de matemática aos nove anos de idade
Esses resultados, publicados nesta segunda-feira no site da revista Pediatrics, foram baseados em dados de 128.050 crianças que nasceram entre a 37ª e a 41ª semana de gravidez. Os pesquisadores analisaram as notas desses participantes em provas escolares realizadas quando eles tinham entre oito e nove anos de idade e cruzaram esses dados com as informações do nascimento das crianças.
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Segundo o estudo, os estudantes que haviam nascido de 37 semanas apresentaram 23% mais chances de ter dificuldades de leitura em comparação com os que nasceram após 41 semanas. Esse risco foi de 13% em relação às crianças nascidas de 38 semanas. O desempenho nas provas de matemática também foi pior entre esses jovens, e essa associação foi encontrada independentemente do peso do bebê ao nascer e de fatores socioeconômicos.
Para os autores da pesquisa, a taxa de crescimento do cérebro do feto é grande durante as últimas semanas de gestação e, portanto, uma criança que nasce pouco antes das 40 semanas tem mais chances de ter esse desenvolvimento interrompido. De acordo com os pesquisadores, esses resultados sugerem que pais e médicos devem considerar o prejuízo acadêmico acarretado por um parto prematuro na hora de decidirem o momento em que o bebê vai nascer – embora, é claro, muitas vezes essa decisão não dependa da vontade dos pais.
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(Com reportagem de Natalia Cuminale)
*O conteúdo destes vídeos é um serviço de informação e não pode substituir uma consulta médica. Em caso de problemas de saúde, procure um médico.