Spray nasal demonstra eficácia para prevenir e tratar Covid em camundongos

Estudo mostrou que composto atuou contra cepa delta, mas é eficaz contra outras variantes de preocupação

Por Paula Felix SEGUIR SEGUINDO 29 mar 2022, 10h58

Ômicron, no Brasil: seus casos sendo monitorados e mais nove suspeitos da variante surgida na África do Sul — Tratamento se mostrou eficaz contra o novo coronavírus e a gripe (Daniel Roberts/VEJA)

Um novo composto administrado em spray nasal se mostrou eficaz para a prevenção e tratamento da Covid-19 em camundongos. O possível tratamento demonstrou eficácia contra a cepa delta, mas tem potencial contra outras variantes de preocupação, como alfa, beta e gama. Nos testes, inibiu a infecção sem ser tóxico para as cobaias.

O estudo, revisado por pares, foi conduzido por cientistas da Universidade da Colúmbia Britânica, da Université de Sherbrooke e da Cornell University, que utilizaram uma molécula chamada N-0385, capaz de bloquear a atividade de uma enzima utilizada pelo SARS-CoV-2 para infectar as células. O achado foi publicado na revista científica Nature.

“O composto é único porque bloqueia a entrada na superfície da célula, sem ter que entrar na célula, o que impede que cause qualquer dano celular detectável. Além disso, é altamente potente, pois precisa apenas de uma pequena quantidade para funcionar de forma muito eficaz”, explica a coautora do estudo, Andrea Olmstead.

A ideia do grupo é que o medicamento atue como mais uma barreira para evitar casos graves da doença, tendo em vista que novas variantes, como a ômicron, conseguem escapar em parte da proteção dada pelas vacinas. Assim, o spray poderia ser associado aos remédios disponíveis que impedem a replicação do vírus.

Os pesquisadores descobriram ainda que o composto auxilia no tratamento 12 horas após a infecção, atuando contra a perda de peso causada pela Covid-19 e nos níveis de vírus nos pulmões dos camundongos. Outro ponto importante é que o tratamento mostrou que é eficaz contra outros vírus, como influenza A, influenza C e H1N1, de modo que poderia ser usado para tratar casos de infecção pelo novo coronavírus e pela gripe.