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Saiba por que um jovem ficou 11 dias sem dormir

Em um dos primeiros experimentos sobre sono, o jovem americano Randy Gardner ficou sem dormir por 11 dias e 25 minutos, em janeiro de 1964

Por Da redação
Atualizado em 15 jan 2018, 18h01 - Publicado em 15 jan 2018, 17h21

Quanto tempo uma pessoa pode ficar sem dormir? Se essa é uma pergunta que te intriga, na década de 1960, essa dúvida pairava não só sobre a população, como sobre a comunidade científica. Além disso, a indagação era um desafio perfeito para aqueles que buscavam deixar seu nome no Guiness Book, conhecido como o livro dos recordes, de acordo com informações da rede BBC.

Fascinados pelo desafio e pela possibilidade e entrar para o Guiness, em janeiro de 1964, os estudantes americanos Randy Gardner e Bruce McAllister decidiram realizar um experimento envolvendo sono. Ou melhor, a falta dele.

Com o objetivo de  superar a marca de um DJ de Honolulu que havia passado 260 horas sem dormir, o equivalente a pouco menos do que 11 dias completos, os amigos sortearam na moeda quem seria a cobaia. Randy, de apenas 17 anos, foi o sorteado.

“Inicialmente, nós queríamos saber qual seria o efeito da falta de sono nas habilidades paranormais. Mas nos demos conta que não havia maneira de fazer isso e optamos por estudar os efeitos da falta de sono nas habilidades cognitivas, nas habilidades para jogar basquete ou qualquer outra coisa que viesse na nossa cabeça”, conta Bruce à BBC.

Segundo ele, os dois amigos eram “muito criativos” e queriam fazer parte de um experimento científico relacionado ao sono. No início do experimento, realizado na casa dos pais de Bruce, em San Diego, nos Estados Unidos, o jovem ficou acordando durante a noite para monitorar Randy.  Mas, após a terceira noite, precisou descansar e que Joe Marciano, outro amigo, se juntasse ao grupo e assumisse a função.

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Experimento científico

Para alívio do jovens, William Dement, que hoje é professor emérito da Universidade de Stanford, na Califórnia, mas na época começava a se aventurar no campo da ciência do sono, se juntou ao grupo. Ele leu sobre a história dos adolescentes que queriam bater esse recorde em um jornal local e os procurou.

“Eles estavam preocupados com aquilo, tinham medo de que pudesse causar danos à saúde“, explica. “A pergunta que ainda não foi respondido é se alguém pode morrer se passar muito tempo sem dormir.” O único experimento para testar essa hipótese foi feito com gatos. Após 15 dias sem dormir os animais morreram. A questão é que, nesse caso, eles foram mantidos acordados com produtos químicos. Logo, não se sabe a real causa da morte.

Desafios e descobertas

Segundo os amigos, a noite era o momento mais crítico porque não havia coisas para fazer. Durante o dia, eles jogavam basquete e se mantinham ativos. As mudanças percebidas em Randy ao longo do estudo foram alterações no paladar, olfato, ouvido e de humor.

“Logo começamos a perceber as mudanças: suas habilidades cognitivas, incluindo as sensoriais, começaram a ser afetadas. Mas a habilidade para jogar basquete melhorou”, relembra Bruce. Além da irritação, o jovem teve algumas alucinações durante o período.

Recorde e consequências

Foi por pouco, mas Randy conseguiu superar a marca do DJ e ficou 264 horas sem dormir, o equivalente a 11 dias e 25 minutos seguidos sem pegar no sono. Após atingir o recorde, ele passou 14 horas seguidas dormindo. Com o decorrer dos dias, seus padrões de sono voltaram ao normal. No entanto, depois de um tempo ele passou a sofrer de insônia.

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Na época, um hospital do Arizona enviou um computador que detectou que partes do cérebro de Randy haviam sido “sequestradas”. Em outras palavras, isso significava que partes do cérebro dele descansavam e eram repostas enquanto ele estava acordado.

A história dos amigos acabou fazendo bastante sucesso e teve grande repercussão na imprensa na época. O melhor é que seus nomes ficou para sempre na história do Guinness, já que depois disso a empresa parou de registrar novas tentativas de bater recorde de restrição do sono devido aos riscos à saúde do participante.

No entanto, em 2007, um britânico alega ter batido a marca de Randy ao ficar acordado por 11 dias e 11 noites consecutivas. Tony Wright, de 42 anos, teria conseguido combater o cansaço bebendo chá, jogando sinuca, consumindo uma dieta rica em alimentos crus e mantendo um diário. Ele permaneceu o tempo todo em um bar na cidade de Penzance monitorado por câmeras.

 

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