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Rede pública de São Paulo adota novo exame que evita morte súbita de recém-nascidos

Maternidade paulistana é a primeira do Brasil a adotar exame que detecta bactéria potencialmente mortal para os recém-nascidos, já realizado no exterior e em hospitais particulares

Por Da Redação
29 set 2011, 18h54

A secretaria estadual de saúde de São Paulo divulgou nesta quinta-feira um estudo, feito no Hospital Maternidade de Interlagos, por dois anos, afirmando que um exame pioneiro na rede pública de saúde evitou a morte de 416 recém-nascidos. O exame detecta a presença da bactéria Streptococcus agalactiae, inofensiva para as gestantes, mas potencialmente mortal para os bebês.

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STREPTOCOCCUS AGALACTIAE

É uma bactéria comum nas mulheres, presente nas regiões anal e vaginal, mas que não causa nenhuma doença. Mas, em gestantes, pode se acumular e contaminar o bebê na hora do parto. Em recém-nascidos, ela é perigosa e pode causar infecções como meningite e pneumonia, que levam à morte. Estudada desde a década de 1930, só recentemente foi descoberto que é responsável por muitos casos da chamada morte súbita, casos em que bebês saudáveis adoecem repentinamente, sem motivos aparente. A bactéria é facilmente identificável e seu tratamento é feito com antibióticos na hora do parto. Mulheres que têm a bactéria não precisam ser tratadas.

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Streptococcus agalactiae
Streptococcus agalactiae (VEJA)

“Em muitos casos, a gestação se desenvolve normalmente, mas dias após o nascimento o bebê apresenta uma infecção gravíssima, ou volta para o hospital após um mês, com um quadro grave de meningite”, explica Lucila Evangelista, ginecologista do Hospital Albert Einstein, em São Paulo.

Países como os Estados Unidos, Canadá e Japão foram os primeiro a adotar o exame para identificar a bactéria em gestantes e o posterior tratamento com antibióticos na hora do parto, para evitar a transmissão para o bebê, no final do século 20. “O exame e o tratamento são extremamente simples e baratos”, diz Lucila.

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Bactéria comum – A bactéria Streptococcus agalactiae está presente na região vaginal e anal de cerca de 25% das mulheres e não causa problemas às mães. O problema é que em 3% das gestações os filhos das mulheres que têm a bactéria apresentam infecções graves e um bebê que nasce saudável pode morrer em questão de dias. Sem o tratamento, a taxa de mortalidade é alta, ficando entre 2% a 8% quando os sintomas começam cinco dias após o nascimento, e de 10 a 15% quando os sintomas são tardios, aparecendo entre sete e 90 dias após o parto. É bom frisar que esse tipo de problema, chamada de morte súbita, quando bebes pequenos adoecem repentinamente, é diferente da Síndrome de Morte Súbita, doença que não tem uma causa definida e que atinge crianças mais velhas, entre seis meses e um ano de vida.

No Brasil, na rede pública, o Hospital Maternidade Interlagos, em São Paulo, foi o primeiro a realizar o exame, que passou a ser adotado pela prefeitura de São Paulo e por outros hospitais da rede estadual. Além do exame e da aplicação de antibióticos, é feito um acompanhamento dos bebês pelos primeiros meses de vida.

Entre janeiro de 2008 e junho de 2011, foram realizados 2.506 testes no Hospital Maternidade Interlagos. Desse total, 16,6% deram positivo. As mães foram tratadas, evitando 416 possíveis mortes neonatais.

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“É um exame simples, porém importantíssimo”, afirma Roberto Giannichi, diretor do núcleo laboratorial do Hospital Maternidade Interlagos. Ele espera que o teste, implantado em 2007 na maternidade, seja adotado por outros hospitais públicos do país.

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