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Quem dorme tarde tem maior risco de morrer mais cedo, diz estudo

Os 'tipos noturnos' tiveram um aumento de 10% no risco de morte. Além disso, doenças como diabetes e câncer foram associadas a poucas horas de sono

Por Da Redação
Atualizado em 13 abr 2018, 16h28 - Publicado em 13 abr 2018, 15h38

Para quem gosta de dormir tarde aí vai uma má notícia: a prática pode diminuir seus anos de vida. O novo estudo publicado na revista Chronobiology International garante que o hábito também aumenta os riscos de desenvolver distúrbios psicológicos e câncer. Para Kristen Knutson, principal autora do estudo, o descompasso causado pelo conflito entre o relógio interno e o mundo externo pode gerar a problemas de saúde a longo prazo, especialmente se o cronograma de sono for irregular. Pesquisas anteriores mostraram que pessoas noturnas tendem a ter piores perfis de saúde, incluindo diabetes e doenças cardíacas.

Resultados do estudo

Os pesquisadores utilizaram informações coletadas entre os anos de 2006 e 2010, pelo Reino Unido Biobank, que investigou os fatores de risco para as principais doenças em homens e mulheres de 37 a 73 anos de idade. Para avaliarem o ritmo do ciclo biológico natural, os participantes tiveram que se identificar como “definitivamente uma pessoa matutina”, “uma pessoa mais da manhã do que uma pessoa da noite”, “mais da noite do que da manhã” ou “definitivamente uma pessoa da noite”.

Dos quase meio milhão de participantes analisados, cerca de 10.000 morreram durante os mais de seis anos de realização do estudo. Após o controle de fatores como idade, sexo, etnia, índice de massa corporal, tabagismo e duração do sono, os pesquisadores descobriram que aqueles que se identificaram como “tipos noturnos” tiveram um aumento de 10% no risco de morrer durante o período de acompanhamento em comparação com aqueles declarados como “tipos matutinos”. De acordo com o relatório, o risco de morte não aumentou para aqueles que se identificaram como “mais um do que outro” (seja para manhã ou noite).

Além da mortalidade geral, ser ‘coruja’ está associado a vários problemas de saúde, como distúrbios psicológicos, neurológicos, gastrointestinais e respiratórios. A associação foi mais forte para os distúrbios psicológicos uma vez que aqueles que se identificaram como “tipos noturnos” eram quase duas vezes mais propensos a relatar uma doença psicológica, se comparados aos outros grupos. Pesquisas anteriores também sugerem que as ‘corujas’ têm maior probabilidade de desenvolver doenças cardiovasculares e certos tipos de câncer, como de próstata e de mama.

Segundo Jamie Zeitzer, professor de psiquiatria e ciências comportamentais da Escola de Medicina de Stanford, nos Estados Unidos, o problema do estudo é a limitação étnica: quase 94% dos participantes se identificaram como caucasianos, o que significa que os resultados podem não ser iguais para outras etnias. “É limitado por causa disso. A amostra é grande, quase meio milhão de pessoas, mas são principalmente caucasianos de ascendência irlandesa ou inglesa”, observou.

Recomendações

De acordo com a principal autora do estudo, existem algumas estratégias que podem ser adotadas para organizar um cronograma de sono que incluem o avanço gradual da hora de dormir e evitar o uso de tecnologia à noite. “Quero enfatizar o aspecto gradual. Você não pode, de repente, ir para a cama três horas antes. Não vai funcionar”, ressaltou. Ela disse ainda que é necessário evitar ao máximo a luz durante a noite, incluindo a dos smartphones e tablets porque a claridade sinaliza para o relógio biológico que ainda não é hora de dormir.

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Infelizmente, de acordo com Kristen, uma mistura de fatores genéticos e ambientais determina se um indivíduo é do tipo noturno e, por causa disso, há certos limites e dificuldades para a mudança nos hábitos. Apesar disso, o professor de Stanford, Jamie Zeitzer, recomenda a quem luta com as manhãs encontrar um emprego com horários flexíveis ou horas mais consistentes com o relógio biológico.

Mesmo com as limitações étnicas, o estudo serve de alerta para as ‘corujas’ que devem fazer esforços extras para mudar os hábitos prejudiciais à saúde. “Uma mensagem importante aqui é que as pessoas noturnas percebam que têm esses problemas potenciais de saúde e, portanto, precisam ser mais vigilantes sobre a manutenção de um estilo de vida saudável, comendo bem, praticando exercícios e dormindo o suficiente”, aconselhou Kristen.

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