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Por que uma nova vacina nasal pode ser mais eficaz contra a Covid-19?

Tecnologia gerou fortes respostas imunes em camundongos e primatas não humanos e pode ser eficiente para também combater o vírus HIV

Por Simone Blanes Materia seguir SEGUIR Materia seguir SEGUINDO Atualizado em 10 ago 2022, 20h51 - Publicado em 10 ago 2022, 20h43

Um estudo publicado na revista médica Science Translational Medicine revelou um novo método de combate contra patógenos como o vírus da imunodeficiência humana (HIV) e o SARS-CoV-2, que causa a Covid-19. Trata-se de uma vacina nasal desenvolvida por uma professora da Universidade de Minnesota, nos Estados Unidos.

Segundo a publicação da American Association for the Advancement of Science (AAAS), os pesquisadores testaram a tecnologia em camundongos e primatas não humanos e descobriram que gerou fortes respostas imunes, abrindo caminho para mais estudos e desenvolvimento de vacinas nasais.

Historicamente, as vacinas nasais – que seriam administradas através de um nebulizador ou spray – têm sido difíceis de desenvolver com sucesso. O muco no nariz normalmente elimina ou decompõe os componentes do imunizante, como antígenos proteicos, antes que eles possam acessar os tecidos subjacentes para ativar as células imunológicas do corpo.

Elas, no entanto, têm o potencial de gerar ainda mais imunidade do que as administradas com agulhas pois têm o potencial de desencadear respostas imunes nas áreas exatas da infecção – nariz, boca e pulmões, quando são doenças transmitidas pelas vias respiratórias com a Covid-19. Existem algumas vacinas nasais, mas a maioria usa patógenos vivos atenuados, que não podem ser administrados a pessoas imunocomprometidas, por exemplo.

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“As vacinas tradicionais injetáveis geralmente não são voltadas para estabelecer imunidade nesses tecidos da mucosa”, explica Brittany Hartwell, principal autora do artigo e professora assistente do Departamento de Engenharia Biomédica da Universidade de Minnesota. “Elas são mais focadas em estabelecer imunidade no sangue. Mas a ideia de desenvolver imunidade nas áreas mucosas, como o nariz, é criar mais uma defesa de linha de frente que pode proteger melhor contra a transmissão dessas doenças”.

Brittany explicou que com esta nova vacina, eles não apenas estabeleceram fortes respostas de anticorpos nas mucosas, mas também as ativaram no sangue. “Então, é como se estivéssemos estabelecendo uma linha de frente e uma defesa de apoio ao mesmo tempo”, disse.

A pesquisadora e sua equipe também descobriram uma maneira de ajudar os antígenos da vacina a contornar as barreiras mucosas do nariz, projetando-os para se ligarem a uma proteína chamada albumina, que ocorre naturalmente no corpo humano e tem a capacidade de contornar esses obstáculos. Os antígenos poderiam então “pegar carona” na albumina para chegar ao seu destino – os tecidos imunológicos subjacentes ao nariz – e começar a ativar uma resposta imune.

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Assim, a vacina se mostrou eficaz em gerar imunidade não apenas no nariz, mas também em outros tecidos da mucosa do corpo, que incluem o sistema respiratório superior, pulmões e trato geniturinário. Este último é especialmente relevante para a vacinação contra um vírus como o HIV, que é transmitido por esses locais.

“Isso é realmente significativo para o campo da vacinação da mucosa”, afirmou Brittany. “Mostra que projetamos uma vacina capaz de superar as barreiras à entrega que historicamente impediram o desenvolvimento de outras vacinas de mucosa. E agora é particularmente relevante porque estamos vivendo no meio de uma pandemia que continua afetando nossas vidas”, explicou a pesquisadora. “Enquanto houver disseminação e transmissão, o vírus tem a chance de evoluir para novas variantes com potencial para ser prejudicial. Esta pesquisa mostra o desenvolvimento de um tipo ligeiramente diferente de vacina que pode fornecer proteção ainda melhor do que a que temos atualmente, bloqueando a transmissão, impedindo-nos de pegar e passar o vírus para outras pessoas”.

Abaixo, os números da vacinação no Brasil:

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