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Por que esse homem injeta veneno de cobra em si mesmo

Músico americano acredita que a prática o torna imune às picadas de serpentes peçonhentas e traz jovialidade

Por da Redação
Atualizado em 22 dez 2016, 17h58 - Publicado em 22 dez 2016, 17h01

Por que alguém passaria pelo menos 30 anos injetando em si o veneno de uma cobra? Para reforçar o sistema imunológico, ganhar imunidade ao veneno das picadas destes répteis e, acredite: ter mais jovialidade e vitalidade. Pelo menos é isso que acredita o músico americano Steve Ludwing, atualmente residente em Londres que, às vésperas de completar 50 anos, contou sobre o início da experiência que resolveu fazer por….mera curiosidade – ignorando os diversos avisos médicos sobre os riscos de complicações e de morte que correu.

Tudo começou quando ele conheceu, aos tenros 10 anos de idade, Bill Haast: renomado pesquisador do assunto, e proprietário de uma atração turística em Miami, o Serpentarium Laboratories. Foi Haast que nomeou a prática de “auto-imunização”.

Desde 1948, o pesquisador tinha executado um programa de imunização para descobrir se poderia adquirir imunidade ao veneno de cobra, após exposição a uma pequena quantidade do mesmo e foi isso que o jovem Ludwin tentou fazer. “Eu o conheci quando eu era muito jovem e apenas pensei que era incrível o que ele dizia. Eu nunca tinha ouvido falar daquilo e sempre ficou na minha cabeça”, contou.

Fascinado por serpentes, em seu apartamento na capital inglesa ele possui um armário com 17 cobras – 15 delas venenosas, originárias de várias partes do mundo, como Costa Rica, México, etc. Ao longo das últimas décadas, Ludwin tem alternado entre doses diárias de substâncias venenosas ou e apenas uma injeção a cada alguns meses. Ele acredita que tais injeções de veneno não só contribui para imunidade contra serpentes peçonhentas, como também constatou melhora da saúde e ainda o ajudou a se sentir mais jovem – mesmo que nada disso tenha comprovação em literatura científica. “As pessoas me dizem que não aparento ter 50 anos e eu realmente acredito que tropecei em algo bom “, conclui. “Estou bastante convencido”, explicou Wolfgang Wüster, um professor de zoologia na Universidade de Bangor, em Wales. “Ele diz que ele está olhando muito jovem e tudo, mas é claro, eu é uma amostra de um.”

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Mas especialistas da área discordam, justamente por não haver evidência científica.

Novo tipo de antídoto

Especialistas da área desaprovam totalmente tal prática, uma vez que pelo menos 100 mil pessoas morem de picadas de cobra anualmente, além de 300 mil terem tido sequelas graves, de acordo com a Organização Mundial de Saúde.

Desde 2013 Ludwin tem viajado para Copenhague, na Suiça, cerca de quatro vezes por ano para dar amostras de sangue e medula óssea. Há três anos, pesquisadores da Universidade de Copenhague, acompanham a prática de Steve na esperança de que talvez ele contribua para o desenvolvimento de uma nova metodologia de descoberta de antídotos para tratar vítimas de picadas de serpentes peçonhentas.  Eles mantêm registros detalhados mantém registros detalhados dos tipos de veneno que ele injeta e o que causam.

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“Steve é uma unidade de produção. Ele produz anticorpos contra diferentes venenos. Ele pode ser a chave para tudo.” disse um dos pesquisadores líderes dos estudos.

“Eu me sinto como um gato que teve oito vidas, já que tive um grave acidente no passado” disse ele sobre a ocasião em que, há 10 anos, acabou injetando quantidade maior de veneno do que deveria e teve sérias complicações, ficando muito tempo internado.  “Mas vou continuar a usar (veneno) para as minhas próprias opiniões e crenças”, complementou.

Os pesquisadores em Copenhague esperam começar a ver os resultados em breve.

 

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