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Ponte de safena é melhor do que cirurgia menos invasiva para diabéticos

Estudo internacional concluiu que o procedimento reduz o risco de mortalidade e a incidência de eventos como infarto

Por Da Redação
5 nov 2012, 09h53

As cirurgias cardíacas de ‘bypass‘, como a ponte de safena, surtem melhores resultados em pacientes diabéticos que têm doença coronariana do que procedimentos menos invasivos, como a angioplastia. Essa é a conclusão de um estudo apresentado neste domingo no encontro anual da Associação Americana do Coração, em Los Angeles, e publicado nesta segunda-feira no periódico The New England Journal of Medicine.

CONHEÇA A PESQUISA

Título original: Strategies for Multivessel Revascularization in Patients with Diabetes

Onde foi divulgada: periódico The New England Journal of Medicine

Quem fez: Valentin Fuster, Michel Bertrand, Whady Hueb e outros

Instituição: Faculdade de Medicina Mount Sinai, Estados Unidos, e outras

Dados de amostragem: 1.900 pacientes diabéticos com doença coronariana

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Resultado: As cirurgias cardíacas de ‘bypass‘, como a de ponte de safena, são melhores opções para pacientes diabéticos que têm doença coronariana do que procedimentos menos invasivos, como angioplastias que inserem ‘stents’ nas artérias obstruídas

Essa pesquisa foi desenvolvida por 140 instituições ao redor do mundo, inclusive por uma brasileira: o Instituto do Coração (Incor) do Hospital das Clínicas da Universidade de São Paulo (USP). O Incor, cujos trabalhos foram coordenados pelo cardiologista Whady Hueb, foi o centro que incluiu o maior número de participantes (200). Ao todo, o estudo, coordenado por Valentin Fuster, da Faculdade de Medicina Mount Sinai, nos Estados Unidos, envolveu 1.900 pacientes com idade média de 63 anos. Todos apresentavam tanto diabetes quanto doença coronariana.

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Procedimentos – Parte desses participantes foi submetida à cirurgia de ponte de safena. Operações como essa requerem procedimento com o coração aberto para criar um desvio ao redor de uma artéria obstruída usando uma veia tirada de outra parte do corpo do paciente. O restante dos pacientes passou por uma angioplastia. No estudo, o tipo de angioplastia feita foi a intervenção coronariana percutânea (ICP), que implica uma pequena incisão para colocar um balão, um ‘stent’ ou tubo através da artéria obstruída para desbloqueá-la. (veja os detalhes das cirurgias nos gráficos abaixo)

Saiba mais

DOENÇA CORONARIANA

Também chamada de coronariopatia, é uma frequente doença cardiovascular na qual o transporte que leva o sangue ao músculo cardíaco está bloqueado parcial ou completamente. É provocada pelo depósito de colesterol e outras gorduras nas paredes das artérias coronárias. Embora atinja os dois sexos, afeta os homens em geral dez anos mais cedo que as mulheres, que costumam desenvolver a doença após a menopausa. Idade avançada, pertencer ao sexo masculino e ter histórico familiar da doença na família são alguns dos fatores de risco do problema, que também envolvem hábitos de vida, como tabagismo, má alimentação, sedentarismo e obesidade.

Após acompanhar os pacientes por entre dois e cinco anos, os pesquisadores observaram que o grupo submetido à cirurgia mais invasiva, em comparação com os indivíduos que passaram pela angioplastia, apresentou menor número de mortes por causas diversas (10,9% contra 16,3%) e menos problemas cardíacos (7% contra 11%). Eles também sofreram menos infartos (6% contra 13,9%) e necessitaram menos de novas intervenções cirúrgicas ou de angioplastias (4,8% contra 12,6%).

No entanto, a cirurgia de ponte de safena acarretou um maior número de derrames cerebrais em comparação com a angioplastia (5,2% contra 2,4%). Mesmo assim, para Fuster, as vantagens do tratamento mais invasivo foram “marcantes e podem alterar as recomendações de tratamento para as milhares de pessoas que sofrem tanto de diabetes quanto de doenças cardíacas.”

Sobrevivência – Em março deste ano, um estudo americano apresentado na 61ª conferência da Escola Americana de Cardiologia (ACC, sigla em inglês), em Chicago, indicou que cirurgias cardíacas de ‘bypass‘, como a ponte de safena, aumentam as chances de um paciente sobreviver em longo prazo em comparação com procedimentos menos invasivos, como a angioplastia. A pesquisa foi feita com quase 200.000 pacientes e em 644 hospitais dos Estados Unidos. À época, os responsáveis pelo trabalho afirmaram que, apesar dos resultados mostrarem que a cirurgia mais invasiva surte melhores efeitos, ainda não era possível afirmar que o procedimento é o mais adequado para todos os casos.

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