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Polícia trocou “raciocinar” por “assassinar” em inquérito que acusa médica suspeita de mortes em UTI

Na primeira versão divulgada pela polícia, a médica teria dito "estamos com a cabeça bem tranquila para assassinar". Nesta quinta-feira, errata trouxe nova versão: "estamos com a cabeça bem tranquila para raciocinar"

Por Murilo Basso, de Curitiba
28 fev 2013, 22h58

Ao transcrever escutas telefônicas autorizadas judicialmente que embasaram a prisão da médica Virgínia Soares de Souza, acusada de acelerar a morte de pacientes no Hospital Evangélico de Curitiba, a Polícia Civil do Paraná trocou alguns termos, que precisaram ser corrigidos. De acordo com um trecho do inquérito que investiga o caso, Virgínia teria dito que estava “com a cabeça tranqüila para assassinar”, no entanto, segundo nova versão da escuta telefônica, a frase correta seria “com a cabeça tranqüila para raciocinar”.

Nesta quinta-feira, a RPCTV 2ª Edição, telejornal local da Rede Globo, divulgou uma errata da polícia esclarecendo o fato. O documento, que data do último sábado (23), é assinado pela delegada do caso, Paula Christine Brisola. Além desta, foram realizadas outras cinco correções no inquérito de mais de mil páginas. As outras correções tratam de readequação ou renomeação de interlocutores nas escutas.

Premeditação – Elias Mattar Assad, advogado da médica, afirmou categoricamente que a polícia induziu a prisão de sua cliente e a de mais quatro funcionários. A defesa de Virginia sustenta que não houve erro, e de que se tratou de uma manobra para decretar a prisão temporária da médica. “É apenas mais um truque da Polícia. Como você divulga apenas uma degravação, sem o áudio acompanhando, em um caso de tamanho apelo popular? Sinceramente, não acredito em erro. Foi premeditado!”, disse Elias à reportagem de VEJA.

“Retiraram toda a credibilidade da minha cliente. Demonizaram a Virgínia. Foi uma manobra baixa.” Elias disse ainda que, a partir deste novo fato, irá pedir para que todas as transcrições sejam consideradas ilícitas. “Não há mais credibilidade. Sou totalmente a favor de investigações sigilosas, mas o mínimo que espero é que se investigue direito.”

Agora, a defesa diz que o próximo passo é conseguir a liberação de Virgínia. “Da forma como foi feito, se você é um juiz, você já teria condenado a Virgínia. Agora, tenho que ser esperançoso e acreditar na liberação temporária da minha cliente”, disse. “Uma simples correção não é suficiente diante da magnitude que o caso tomou. Esperamos um pedido de desculpas à Virgínia e aos demais médicos presos de forma injusta.”

Em nota, a Polícia Civil afirmou que todos os mandados de prisão expedidos pela Justiça no caso “foram concedidos devido à análise de um inquérito com cerca de mil páginas e não por um verbo, como tenta provar o advogado de defesa de uma das suspeitas.”

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