Pfizer pode alterar vacina para que seja eficaz contra novas mutações
Segundo o CEO Albert Bourla, se necessário, a farmacêutica pode modificar a composição do imunizante desenvolvido em parceria com a BioNTech
O CEO da Pfizer, Albert Bourla, disse à Bloomberg nesta terça-feira, 26, que a farmacêutica pode modificar a composição atual da vacina contra a Covid-19 desenvolvida em parceria com a BioNTech para que ela seja eficaz contra novas cepas do coronavírus.
“Cada vez que surge uma nova variante, devemos ser capazes de testar se [nossa vacina] é eficaz ou não. […] Assim que descobrirmos que não é tão eficaz, seremos muito, muito rapidamente capazes de produzir uma dose de reforço que será uma pequena variação da vacina atual”., disse Bourla.
A declaração ocorre um dia após a Moderna informar que está desenvolvendo uma nova versão de sua vacina contra o coronavírus que poderá atuar com mais eficácia contra a variante sul-africana. Recentemente, três novas cepas do coronavírus foram identificadas, uma com origem na Inglaterra, outra na África do Sul e a terceira, no Brasil (em Manaus).
Todas carregam mutações na proteína spike, usada pelo coronavírus para invadir as células, e por isso se espalham mais facilmente. Por outro lado, ainda não existem evidências de que sejam mais perigosas. No entanto, há preocupação sobre a eficácia das vacinas atuais contra essas e outras mutações que possam surgir, já que as vacinas atuam justamente nessa proteína.
Estudos preliminares indicam que as vacina Pfizer e da Moderna protegem contra as cepas inglesas e sul-africanas – ainda não há dados sobre a brasileira. Mas, no caso da vacina da Moderna, a eficácia contra a variante da África do Sul é cerca de seis vezes menor do que contra o coronavírus original, o que motivou a empresa a buscar uma versão melhor, que pode ser usada como reforço.