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Pesquisadores tentam curar o enfisema com células-tronco

Tratamento, além de estimular a formação de células saudáveis no pulmão, proporcionou melhora no coração

Por Marco Túlio Pires, de Águas de Lindóia
27 ago 2010, 09h24

O enfisema está no grupo de doenças responsáveis pela terceira maior causa de mortes no mundo

O enfisema é uma doença que destrói permanentemente a superfície que faz a troca gasosa dentro do pulmão, do oxigênio pelo gás carbônico. Sem ela, o indivíduo vai perdendo gradativamente a capacidade de respirar. Segundo dados da Organização Mundial de Saúde, o enfisema está no grupo de doenças responsáveis pela terceira maior causa de mortes no mundo. Só nos Estados Unidos, 32 bilhões de dólares são gastos todo ano para o tratamento dessas doenças. Agora, um grupo de pesquisadores da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ) está utilizando células-tronco da medula óssea para recuperar pulmões afetados pelos danos permanentes e pelos vários estágios da doença.

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Um dos maiores problemas para se tratar o enfisema pulmonar, segundo a médica Patrícia Rocco, chefe do Laboratório de Investigação Pulmonar e do Programa de Terapia Celular e Bioengenharia da UFRJ, é o estado em que o paciente chega ao consultório. “Normalmente o indivíduo procura o médico em um estágio avançado da doença, quando ele passa a tossir”. Depois de um certo tempo, o enfisema é responsável pelo agravamento em outros órgãos, como o coração e os músculos das pernas e braços. “Ela passa a ser uma doença que atinge todo o corpo, e não apenas o pulmão”. Isso quer dizer que foi preciso desenvolver um modelo em laboratório que recriasse, em animais, os mesmos sintômas crônicos e leves causados pelo enfisema em vários órgãos, incluindo o coração e os músculos.

Depois de 10 anos, a equipe de Patrícia, também formada pelo médico Marcelo Morales, presidente da Federação Latino Americana de Sociedades de Biofísica, conseguiu recriar esses vários estágios do enfisema, leves e graves em ratos, e fizeram um registro de cada uma dessas etapas. “Agora temos uma boa ideia de como a doença evolui e poderemos investir em tratamentos diferenciados para seres humanos”, afirma Morales. Ele explica que foi uma tarefa muito difícil induzir a doença nos animais de forma que todos os sintomas da doença se manifestassem. “Se induzirmos o enfisema no pulmão, mas não no resto do corpo, isso impede que a pesquisa traga reais benefícios para os seres humanos”.

Células-mãe – Agora, os pesquisadores estão tratando com células-tronco os ratos com enfisema leve e agravada. Os cientistas descobriram que as células-tronco estimulam a formação de outras células a partir de regiões saudáveis do pulmão, chamadas células progenitoras. Essas células são capazes de reparar regiões que antes eram consideradas permanentemente perdidas por causa da evolução do enfisema. O tratamento celular também foi benéfico para outras partes do corpo. “Além de estimular a formação de células saudáveis no pulmão, percebemos uma melhora no coração e outros músculos desses animais”, afirma Patricia.

Contudo, os pesquisadores ainda têm muito o que fazer. “Damos passos de formiga. Cada estágio precisa ser minuciosamente estudado e testado em laboratório, depois em animais e só então em humanos”, diz Morales. É por isso que demora tanto para que esses estudos cheguem de fato em seres humanos. Para os pesquisadores, o estudo amplo e comedido é importante porque ele pode se transformar em uma terapia extremamente barata e o investimento pode retornar rapidamente à população. No caso do enfisema, mais rápido do que se imagina, segundo Patricia. “Esperamos que até 2012 possamos encaminhar os resultados para que sejam iniciados os testes em seres humanos”. Um ano e meio.

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