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Pesquisadores desenvolvem nova vacina contra tuberculose

Técnica deve servir como reforço para a BCG, que é utilizada atualmente mas tem efeito limitado

Por Da Redação
3 out 2013, 11h53

Pesquisadores canadenses anunciaram o desenvolvimento de uma nova vacina contra a tuberculose, que deve servir como um reforço para os programas de imunização da doença. A partir de um vírus do resfriado geneticamente modificado, a vacina se mostrou segura e eficaz no primeiro teste realizado com seres humanos, mostrando ser capaz de induzir uma resposta forte do sistema imunológico dos pacientes. A pesquisa foi divulgada nesta quarta-feira na revista Science Translational Medicine.

CONHEÇA A PESQUISA

Título original: A Human Type 5 Adenovirus-Based Tuberculosis Vaccine Induces Robust T Cell Responses in Humans Despite Preexisting Anti-Adenovirus Immunity

Onde foi divulgada: periódico Science Translational Medicine

Quem fez: Fiona Smaill, entre outros pesquisadores

Instituição: Universidade McMaster, no Canadá

Dados de amostragem: 24 voluntários humanos que receberam doses da nova vacina. Doze deles já haviam recebido a vacina BCG

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Resultado: A vacina se mostrou segura e eficaz, dando início a uma resposta robusta do sistema imunológico dos voluntários – principalmente entre aqueles que já haviam sido imunizados com a BCG

A tuberculose é uma doença infecciosa transmitida pela bactéria Mycobacterium tuberculosis. Ela afeta principalmente os pulmões, mas também pode atingir outros órgãos do corpo, como ossos, rins e meninges (membranas que envolvem o cérebro). Segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS), em 2011, 8,7 milhões de pessoas contraíram a doença em todo o mundo, sendo que 1,4 milhão morreram.

O controle da tuberculose tem encontrado dificuldades ao redor do planeta, principalmente por causa do desenvolvimento de novas cepas da bactéria, capazes de resistir aos medicamentos usados atualmente. A OMS afirma que casos de cepas multirresistentes foram identificados em 77 países em 2011, e estima que até dois milhões de indivíduos poderão ser contaminadas com essas variedades até 2015.

A nova vacina foi desenvolvida para agir como um reforço para a BCG (Bacille Calmette Guerin), que é atualmente a única forma de imunização contra a tuberculose disponível. Ela foi desenvolvida na década de 1920 e tem sido utilizada desde então em todo o mundo, mas sua eficácia sempre foi questionada. Os pesquisadores sabem que a vacina é mais efetiva em proteger as crianças da doença – seu efeito diminui com o passar do tempo – e mais eficaz contra alguns tipos da doença do que outros.

“A tuberculose é uma séria ameaça à saúde pública. Ela continua a ser a segunda principal causa de morte infecciosa em todo o mundo, perdendo somente para o HIV. Ainda assim, a vacina usada correntemente para evitar a doença é ineficaz”, diz Fiona Smaill, pesquisadora da Faculdade de Medicina da Universidade McMaster, no Canadá e autora do estudo.

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Reforço – Atualmente, a vacina BCG é parte do programa de imunização da OMS na Ásia, África, Europa Oriental e América do Sul. Ela é aplicada no primeiro ano de vida da criança. O reforço serviria para reativar elementos do sistema imunológico que diminuem ao longo do tempo após a aplicação da BCG.

A nova vacina tem sido desenvolvida há mais de uma década, e já se mostrou eficaz em pesquisas com animais. Os primeiros testes com seres humanos começaram em 2009, com 24 voluntários saudáveis, entre eles doze que haviam sido previamente vacinados com a BCG. “Nosso objetivo era estudar a segurança de uma única dose da vacina, bem como sua potência em acionar o sistema imunológico dos pacientes”, disse Zhou Xing, professor da Universidade McMaster que também participou da pesquisa.

Como resultado, os pesquisadores descobriram que a vacina era segura e dava início a uma resposta imunológica robusta na maioria dos participantes. Seu efeito foi maior nos voluntários que já haviam sido vacinados com a BCG, reforçando ainda mais a produção de células do sistema imunológico. Os pesquisadores devem agora realizar os testes em um número maior de pacientes, para medir o potencial real da vacina, antes que ela possa chegar ao mercado.

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