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Pesquisadores descobrem primeiros casos de resistência da gripe H7N9 ao Tamiflu

De quatorze pacientes chineses infectados com a gripe aviária, em dois o vírus foi capaz de resistir aos tratamentos com o antiviral

Por Da Redação
28 Maio 2013, 20h47

Uma equipe de cientistas chineses confirmou, pela primeira vez, casos em que o vírus da gripe aviária H7N9 adquiriu resistência aos medicamentos antivirais mais utilizados contra a doença, como o oseltamivir (comercialmente conhecido como Tamiflu). Em um estudo publicado nesta terça-feira na revista The Lancet, os pesquisadores descrevem dois casos de resistência a esse remédio em pacientes infectados pelo vírus na China.

CONHEÇA A PESQUISA

Título original: Association between adverse clinical outcome in human disease caused by novel influenza A H7N9 virus and sustained viral shedding and emergence of antiviral resistance

Onde foi divulgada: periódico The Lancet

Quem fez: Yunwen Hu, Shuihua Lu, Zhigang Song, Wei Wang, Pei Hao, Jianhua Li, Xiaonan Zhang, Hui-Ling Yen, Bisheng Shi, Tao Li, Wencai Guan, Lei Xu, entre outros

Instituição: Universidade de Fudan, China; entre outras

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Dados de amostragem: Quatorze pacientes infectados com o vírus H7N9, internados no Centro Clínico de Saúde Pública de Shangai. Todos receberam o tratamento médico com oseltamivir (comercialmente conhecido como Tamiflu).

Resultado: O tratamento com os antivirais foi efetivo para onze dos quatorze pacientes, diminuindo a quantidade do vírus rapidamente. O estado de saúde de três, no entanto, continuou deteriorando mesmo com os remédios. Os pesquisadores descobriram uma mutação no vírus H7N9 que infectava dois desses pacientes, tornando-os resistente aos antivirais.

A nova cepa do vírus da gripe aviária apareceu em março deste ano, no leste chinês, infectando 132 pessoas e matando 36. Antivirais como o Tamiflu são o único tratamento atualmente disponível contra a gripe H7N9. Na maioria dos casos, eles reduzem a carga viral e restabelecem a saúde dos doentes.

Foi o que a equipe de pesquisadores confirmou ao analisar os casos de quatorze doentes hospitalizados em abril com uma infecção confirmada do H7N9. O tratamento com os antivirais foi efetivo em onze deles, permitindo uma melhora rápida em sua saúde. Em três, no entanto, o quadro clínico continuou piorando e a carga viral não diminuiu, o que levou os virologistas a suspeitarem de uma resistência aos medicamentos. Dois desses pacientes não resistiram e morreram antes da publicação do estudo.

Uma análise genética do vírus confirmou, em dois desses casos, uma mutação chamada Arg292Lys, característica de resistência aos antivirais oseltamivir e peramivir. Os cientistas detectaram que a resistência ao tratamento ocorreu em pacientes que haviam recebido corticoesteroides, um tipo de anti-inflamatório. Eles destacam, no entanto, que são necessários mais estudos para confirmar se isso tem alguma relação direta com a deterioração de sua saúde.

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Novo vírus – Os pesquisadores sabem que o vírus H7N9 surgiu entre as aves, que transmitem a doença para os seres humanos. Até agora não foi constatada nenhuma transmissão de pessoa para pessoa, condição necessária para que ocorra uma pandemia.

Um estudo recente descobriu, no entanto, que o H7N9 pode ser transmitido entre mamíferos, o que levou os cientistas a pedirem atenção para novas mutações no vírus. Isso, somado ao novo estudo que mostra a resistência aos antivirais, pode aumentar ainda mais os riscos trazidos pela nova gripe aviária.

A pesquisa publicada no The Lancet também informa a descoberta de traços do vírus na garganta, no sangue, nas fezes e na urina de vários pacientes, o que poderia significar que ele tem a capacidade de se disseminar para além do sistema respiratório.

(Com Agência France-Presse)

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