Assine VEJA por R$2,00/semana
Continua após publicidade

Pesquisadores descobrem anticorpos que ‘neutralizam’ o zika

Segundo os cientistas, a descoberta abre caminho para o desenvolvimento de uma vacina contra o zika e a dengue

Por Da redação
Atualizado em 23 jun 2016, 19h30 - Publicado em 23 jun 2016, 19h18

Pesquisadores europeus anunciaram que encontraram anticorpos capazes de “neutralizar” o zika vírus. A descoberta, publicada nesta quinta-feira na revista científica Nature, abre caminho para o desenvolvimento de uma vacina contra esse patógeno que está relacionado a uma série de problemas de saúde.

Cientistas do Instituto Pasteur de Paris, do Centro Nacional para a Pesquisa Científica (CNRS) da França e da Imperial College London, na Inglaterra, que já estudavam os anticorpos capazes de combater a dengue, passaram a analisar estes anticorpos para o zika vírus. Em laboratório, eles selecionaram dois anticorpos EDE capazes de deter a dengue e descobriram que um deles era particularmente eficaz para neutralizar o zika em células humanas.

A partir daí, com diversas técnicas, os cientistas conseguiram reconstituir o local preciso onde este anticorpo se fixa sobre a proteína que envolve o zika vírus e descobriram que o local de fixação era o mesmo do vírus da dengue. “Esta descoberta permite trabalhar na produção de uma vacina de proteção contra todos os vírus do grupo”, afirmam os pesquisadores no estudo.

Leia também:
Pela primeira vez, vacina de zika será testada em humanos
Zika pode causar problemas oculares em adultos, diz pesquisa

A descoberta coincide com outro estudo que sugere que a recente explosão de casos de zika vírus na América Latina pode ter sido favorecida por uma pré-exposição destas populações à dengue. O estudo, realizado por pesquisadores do Imperial College London, do Instituto Pasteur de Paris, e da Universidade Mahidol de Bangkok, Na Tailândia e também publicado nesta quinta-feira na Nature Immunology, revela que a maioria dos anticorpos produzidos por pessoas infectadas pela dengue podem aumentar a potência do zika.

Continua após a publicidade

Isso acontece por causa das similaridades dos vírus (ambos são da família dos flavivírus) e assim como no caso de quem pega dengue pela segunda vez – o risco de dengue hemorrágica na segunda infecção é sempre maior do que na primeira -, uma exposição anterior ao vírus da dengue pode acentuar a infecção pelo zika. “Este pode ser o motivo pelo qual o surto atual é tão severo, e porque ele aconteceu em áreas onde a dengue é prevalente”, disse Gavin Screaton, da Imperial College London e um dos autores do estudo.

Segundo ele, a descoberta mostra a importância de uma futura vacina contra o zika utilizar os anticorpos corretos. No entanto, ressalta o pesquisador, ainda há muito trabalho por diante, como a realização de uma pesquisa clínica, que pode levar muito tempo.

Para Jeremy Farrar, diretor da organização britânica Wellcome Trust, que apoiou financeiramente ambos os estudos, ainda “há mais perguntas que respostas” sobre o zika e o grupo de vírus que inclui a dengue. Resta saber, por exemplo, porque o vírus da zika no sudeste asiático e na África, onde está presente há muito tempo, não se desenvolveu da mesma forma que na América do Sul.

Até o momento não existe nenhuma vacina contra o zika, ao contrário da dengue, que já dispõe de uma vacina desenvolvida pelo laboratório francês Sanofi. Em relação à possibilidade do uso dessa vacina para combater o zika, Rey afirma que ela “teria que ser modificada para poder ser utilizada contra o vírus”.

Publicidade

Matéria exclusiva para assinantes. Faça seu login

Este usuário não possui direito de acesso neste conteúdo. Para mudar de conta, faça seu login

Domine o fato. Confie na fonte.

10 grandes marcas em uma única assinatura digital

MELHOR
OFERTA

Digital Completo
Digital Completo

Acesso ilimitado ao site, edições digitais e acervo de todos os títulos Abril nos apps*

a partir de R$ 2,00/semana*

ou
Impressa + Digital
Impressa + Digital

Receba Veja impressa e tenha acesso ilimitado ao site, edições digitais e acervo de todos os títulos Abril nos apps*

a partir de R$ 39,90/mês

*Acesso ilimitado ao site e edições digitais de todos os títulos Abril, ao acervo completo de Veja e Quatro Rodas e todas as edições dos últimos 7 anos de Claudia, Superinteressante, VC S/A, Você RH e Veja Saúde, incluindo edições especiais e históricas no app.
*Pagamento único anual de R$96, equivalente a R$2 por semana.

PARABÉNS! Você já pode ler essa matéria grátis.
Fechar

Não vá embora sem ler essa matéria!
Assista um anúncio e leia grátis
CLIQUE AQUI.